SÃO PAULO - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), demitiu o major da reserva do Exército Angelo Martins Denicoli do cargo de assessor especial da Companhia de Processamento de Dados de São Paulo (Prodesp). Morador de Colatina, na região Noroeste do Espírito Santo, o militar é um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na semana passada, que apura suposta tentativa de golpe de Estado articulada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.
A exoneração ocorreu na segunda-feira (12), durante feriado de carnaval, conforme informou a empresa de tecnologia do governo paulista. Inicialmente, a Prodesp havia informado que o militar tinha sido afastado do posto. Porém, na quarta-feira (14), a demissão foi confirmada.
De acordo com as investigações, o major integrava o "núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral", composto também pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, pelo ex-ministro da Justiça Anderson Torres e por outros aliados do ex-presidente. Denicoli teria contribuído na produção, na divulgação e na amplificação de notícias falsas.
O major está proibido de sair do País e de manter contato com os demais investigados, de acordo com decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que autorizou a operação.
Outros dois militares alvos da operação foram exonerados pelo Exército, o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida, comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas, em Goiânia, e o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, comandante da 3º Companhia de Forças Especiais, em Manaus. Publicadas no Diário Oficial da União (DOU) de quarta-feira (14), as demissões foram assinadas pelo comandante do Exército, general Tomás Paiva, no último dia 8.
A decisão de Moraes mostrou que os alvos da operação estavam planejando a execução de um golpe de Estado em uma organização formada por, pelo menos, seis diferentes tipos de atuação. As tarefas das frentes tinham três objetivos: desacreditar o processo eleitoral, planejar e executar o golpe de Estado e abolir o Estado Democrático de Direito, para manter a permanência de seu grupo no poder.
A PF colocou Jair Bolsonaro como participante direto na confecção de uma "minuta golpista" que circulou entre seus aliados após o segundo turno das eleições de 2022. Conversas encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid sugerem que o ex-presidente ajudou a redigir e editar o documento.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta