SALVADOR, BA - Manifestantes golpistas voltaram a bloquear rodovias neste domingo (8) horas depois da uma nova escalada dos atos antidemocráticos em Brasília que resultaram na depredação do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF (Supremo Tribunal Federal).
Ao menos quatro estados têm rodovias federais ou estaduais bloqueadas por manifestantes. O estado de Mato Grosso era o mais atingido pelos protestos golpistas, com bloqueios em ao menos cinco pontos de rodovias ao longo do domingo.
De acordo com a concessionária Rota do Oeste, responsável pela gestão de rodovias no estado, três pontos continuavam bloqueados por volta das 22h30 de domingo.
Manifestantes golpistas queimaram pneus e bloquearam trechos da BR-163 na altura dos municípios de Lucas do Rio verde, Sorriso e Sinop. As três cidades estão entre os principais polos do agronegócio do país.
Mais cedo, outros dois trechos da mesma rodovia foram bloqueados por manifestantes, mas já estão liberados.
O superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso, Francisco Élcio Lucena, informou que 100% do efetivo foi convocado e que vai atuar para liberar os trechos interditados e evitar novos bloqueios de rodovias.
"Faremos tudo que for necessário, dentro da legalidade, para garantir o direito de ir e vir das pessoas. Em poucas horas teremos o domínio das rodovias federais do nosso estado", afirmou.
Em nota, a concessionária Rota do Oeste informou que segue acompanhando as manifestações, sem interferência, e que mantém o foco na segurança viária.
No estado de São Paulo, havia pontos de bloqueio na rodovia Anhanguera, nos dois sentidos na altura do município Limeira. A concessionária CCR Autoban recomenda que motoristas utilizem a rodovia dos Bandeirantes.
No Paraná, há dois pontos de bloqueio provocados por manifestantes na rodovia BR-277, na altura dos municípios de Medianeira e em São Miguel do Iguaçu. Em Santa Catarina, foi bloqueado um trecho da rodovia 101 na altura do município de Itajaí (102 km de Florianópolis).
A Polícia Rodoviária Federal foi procurada na noite deste domingo para comentar os bloqueios, mas ainda não se manifestou sobre o assunto.
Os atos de violência acontecem uma semana após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência da República. Os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se recusam a aceitar o resultado das eleições, na qual Lula se sagrou vencedor.
Os manifestantes foram insuflados pelas falas antidemocráticas de Bolsonaro, que frequentemente atacou o sistema de urnas eletrônicas e insinuou que poderia tomar alguma atitude contra a democracia. Bolsonaro deixou o país dias antes da posse e está nos Estados Unidos.
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