Manifestantes pediram neste sábado (23) o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Brasília. O ato foi impulsionado por partidos de esquerda.
Com a presença de representantes da oposição ao governo, como PT e PC do B, a carreata ocupou uma área superior a 10 quilômetros da capital federal, inclusive faixas da Esplanada dos Ministérios.
Também houve protesto em favor do impeachment de Bolsonaro em outras cidades pelo país, como Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE) e Salvador (BA). Alguns ainda estão previstos para a tarde deste sábado. Há novas manifestações agendadas para este domingo (24).
Lideranças da esquerda, como Ciro Gomes (PDT), divulgaram a manifestação ao longo da semana. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), esteve à frente do protesto em Brasília.
Em discurso antes da carreata, ela negou que um processo de impeachment irá gerar instabilidade política no país. "A instabilidade já está acontecendo e a crise está grave".
Nesta sexta-feira (22), pesquisa do Datafolha mostrou que, em meio ao agravamento da crise de gestão da pandemia da Covid-19, o presidente é avaliado como ruim ou péssimo por 40% da população, ante 32% que assim o consideravam na rodada anterior da pesquisa, no começo de dezembro.
No entanto, para 53% dos entrevistados, a Câmara dos Deputados não deveria abrir um processo por crime de responsabilidade contra o presidente.
Apesar de defender o impeachment de Bolsonaro, o PT apoia o candidato do governo à presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM). O senador disse recentemente não haver ambiente adequado neste momento para abrir um processo de impeachment.
"Impeachment se abre pelo que está previsto na Constituição, e não pela vontade ou opinião do presidente", disse Gleisi. Ela pediu que a bancada do Senado cobre uma posição de Pacheco de compromisso com as regras previstas na Constituição em relação aos pedidos de processo de impeachment.
Na Câmara, o PT se aliou ao candidato Baleia Rossi (MDB-SP), mas caciques partidários afirmam que não há compromisso de Baleia para a abertura de um processo de impeachment. O acordo é que ele avalie esse instrumento de acordo com os atos de Bolsonaro e as regras previstas na Constituição.
Partidos da oposição planejam a partir desta segunda-feira (25) intensificar a pressão pelo retorno dos trabalhos do Congresso, que está em recesso. A ideia é que sejam instaladas comissões que desgastem a imagem do presidente e apure a atuação de Bolsonaro na pandemia, inclusive diante de problemas no cronograma de vacinação.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta