Manifestantes se reúnem em protestos contra o presidente Jair Bolsonaro, neste sábado (24), em diversas capitais do país, como Rio de Janeiro, Salvador, Recife, São Luís e Teresina. Em Vitória, a concentração está prevista para as 14h, na praça que fica nas proximidades do Ifes, em Jucutuquara.
Os protestos fazem parte de uma série de manifestações pelo impeachment do presidente e a favor das vacinas contra a Covid-19, realizadas nos últimos dois meses com organização de sindicatos, movimentos sociais e partidos de esquerda.
A expectativa dos organizadores é que sejam realizados, ao longo deste sábado, protestos em 496 cidades, incluindo 17 países do exterior. São Paulo e Brasília terão manifestações durante a tarde.
A atuação do presidente Jair Bolsonaro na pandemia tem sido o principal mote das manifestações, mas também há espaço para críticas à reforma administrativa, à privatização dos Correios, ao alinhamento do presidente ao Centrão e à gestão do governo federal nas áreas de educação e meio ambiente. Há alguns manifestantes com bandeiras ou camisetas de partidos como o PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva.
No Rio de Janeiro, manifestantes percorrem a Avenida Presidente Vargas, na região central da cidade. O ato teve como principal foco o pedido de impeachment do presidente. Gritos de "Fora, genocida" marcam o protesto.
Os militares e partidos do centrão, que deve ganhar ainda espaço no governo com a nomeação do senador Ciro Nogueira (PP-PI) na Casa Civil, também são alvos de críticas dos manifestantes. Houve ainda cobranças por mais vacinas contra a Covid-19.
O deslocamento começou nas proximidades do Monumento Zumbi dos Palmares, por volta das 10h. A caminhada segue em direção à Candelária, em um trajeto de cerca de dois quilômetros.
Em Salvador, a chuva fina não espantou os manifestantes que compareceram em número semelhante aos protestos anteriores e saíram em passeata entre o Campo Grande e a praça Municipal. Estudantes universitários, secundaristas, sindicalistas e militantes de partidos de esquerda deram o tom do protesto, que foi puxado por um trio elétrico e ao menos cinco carros de som de menor porte.
Manifestantes carregavam um caixão com as fotos do ministro Paulo Guedes (Economia) e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), acompanhados por um carro de som que tocava a música Astronomia, de Tony Igy, que viralizou com o meme do caixão.
Esta é quarta manifestação pelas ruas do país em um intervalo de dois meses. O movimento faz parte de uma nova onda de protestos contra Bolsonaro, agendada no país por movimentos sociais e centrais sindicais. A convocação anterior havia ocorrido no último dia 3.
O retorno às ruas, três semanas depois de uma data extra convocada para pegar carona na temperatura das primeiras denúncias de corrupção na compra de vacinas pelo governo federal, ocorre em um momento de ceticismo sobre o impeachment, representado nos atos pela bandeira "fora, Bolsonaro".
Além das reiteradas declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, indicando resistência a dar andamento a um dos mais de cem pedidos de deposição já protocolados, a anunciada nomeação para a Casa Civil do senador Ciro Nogueira (PP-PI), líder do centrão, agrava o quadro.
Ao amarrar o apoio do bloco de partidos a seu governo, Bolsonaro age para sepultar também o risco de um eventual processo contra ele ter votos suficientes para passar no Congresso. A soma de fatores ampliou no meio político a descrença sobre a chance de o impeachment prosperar.
Líderes das marchas, contudo, minimizam o cenário desfavorável e dizem que um dos objetivos é expressar o descontentamento generalizado com o governo. Avaliam que é importante, por exemplo, demonstrar apoio à CPI da Covid no Senado, que apura falhas do presidente na pandemia.
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