Após cerca de seis horas prestando depoimento à Polícia Federal, o empresário Paulo Marinho disse nesta terça-feira (26) não ter mais nada a dizer sobre o suposto vazamento de informações da PF para o hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
"Não tenho mais nada a acrescentar na narrativa que dei desde o primeiro depoimento", disse ele ao deixar a Superintendência da PF no Rio. "Não vou continuar batendo lata nesse assunto. Minha missão está cumprida."
O empresário disse que apresentou novas provas nesta terça e que no dia 28 deve entregar seu celular para ser periciado. Afirmou ainda que foi mencionado na oitiva o celular do ex-ministro Gustavo Bebianno, morto em março, sem dar detalhes.
Marinho prestou depoimento no inquérito que apura a suposta tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal.
Ao chegar pela manhã, o empresário carregava um envelope no qual se lia o versículo da Bíblia muitas vezes citado por Jair Bolsonaro: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará". Segundo Marinho, foi seu filho que fez a anotação, "em homenagem ao presidente".
Na semana passada ele já havia sido ouvido pela PF e pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro sobre o suposto vazamento de informações sobre a Operação Furna da Onça.
Marinho afirmou, em entrevista à Folha de S.Paulo, que Flávio recebeu, em 2018, informação privilegiada da PF sobre investigações que atingiriam o então assessor dele, Fabrício Queiroz, e sua filha, Nathalia, que trabalhava no gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro em Brasília.
Ele diz ter ouvido de Flávio que a informação, repassada entre o primeiro e o segundo turno das eleições, fez com que a família Bolsonaro demitisse os dois assessores.
O senador Flávio Bolsonaro havia pedido, nesta segunda-feira (25), para acompanhar pessoalmente o depoimento desta terça, além de ter acesso depois à transcrição, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello decretou o sigilo do depoimento do empresário.
Ainda assim, o advogado de Flávio, Frederick Wassef, esteve nesta manhã no prédio da Polícia Federal no Rio para, segundo ele, requisitar acesso aos autos do inquérito sobre o suposto vazamento na Furna da Onça.
Wassef afirmou que Paulo Marinho diz mentiras e que quer desviar a atenção dos casos de supostos desvios de dinheiro na saúde do estado do Rio de Janeiro.
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