Alvo da Operação Tempus Veritatis [hora da verdade, em latim], deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (8), o ex-presidente Jair Bolsonaro pediu para ser deixado em paz. Em conversa com a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, ele afirmou que é perseguido.
Além do ex-presidente, a operação mira alvos em nove estados e no Distrito Federal, inclusive no Espírito Santo. Segundo Bergamo, Bolsonaro ainda estaria se inteirando sobre os detalhes da operação, que já prendeu Filipe Martins [ex-assessor especial de Bolsonaro], Marcelo Câmara [coronel da reserva do Exército e suspeito por fraudes em cartões de vacina da família Bolsonaro] e Rafael Martins [major das Forças Especiais do Exército].
O coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Netto, alvo do quarto mandado de prisão, não foi detido por estar nos Estados Unidos. Ele será notificado pelo Exército.
O foco da operação é apurar a suposta existência de uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe e abolição do Estado Democrático de Direito, visando a obter vantagem de natureza política com a manutenção de Jair Bolsonaro no poder.
Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. Jair Bolsonaro também é citado entre os que precisam entregar o passaporte às autoridades e está proibido de deixar o Brasil.
Também na manhã desta quinta-feira (8), o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), usou as redes sociais para se manifestar sobre o caso.
“É muito difícil um presidente da República comentar sobre uma operação da Polícia Federal que ocorre em segredo de Justiça. Espero que não ocorra nenhum excesso e seja aplicado o rigor da lei”, escreveu Lula no X, antigo Twitter.
Na publicação, o presidente citou os ataques de 8 de janeiro de 2023 e pediu providências. “Sabemos dos ataques à democracia, precisamos saber quem financiou os acampamentos. Vamos esperar as investigações”, finalizou Lula.
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