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Médicos cogitaram suspender tratamento e deixar papa Francisco morrer

Médicos cogitaram suspender tratamento e deixar papa Francisco morrer

De acordo com chefe da equipe que cuidou do pontífice, a pior noite foi em 28 de fevereiro, quando o papa sofreu crise respiratória com vômitos

Publicado em 25 de março de 2025 às 17:29

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Redação O Estado de S. Paulo

VATICANO - O médico Sergio Alfieri, chefe da equipe que cuidou do papa Francisco no Hospital Gemelli, em Roma, Itália, disse nesta terça-feira (25), em entrevista ao jornal Corriere Della Sera, que no momento mais crítico do tratamento do pontífice, foi cogitado suspender o tratamento e deixar Francisco morrer, uma vez que ele estava sofrendo bastante.

"Tivemos que escolher entre parar e deixá-lo ir ou forçá-lo e tentar todos os medicamentos e terapias possíveis, correndo o risco muito alto de danificar outros órgãos. E no final nós tomamos esse caminho", revelou Alfieri.

Papa Francisco  aparece na janela da Policlínica Agostino Gemelli, em Roma
Papa Francisco continua o seu tratamento, que inclui remédios e fisioterapias. (DOMENICO STINELLIS/AP)

De acordo o médico, a pior noite foi em 28 de fevereiro, quando o papa sofreu uma crise respiratória com vômitos. "Pela primeira vez vi lágrimas nos olhos de algumas pessoas ao seu redor." Segundo ele, o pontífice estava totalmente consciente durante todo o processo.

"Estávamos saindo do período mais difícil, enquanto o papa Francisco comia, teve uma regurgitação e inalou. Foi o segundo momento realmente crítico porque nesses casos – se não forem socorridos prontamente – há risco de morte súbita, além de complicações nos pulmões, que já eram os órgãos mais comprometidos. Foi terrível, realmente achamos que não conseguiríamos."

Alfieri também explicou que o papa delegou as decisões a seu assistente médico pessoal, Massimiliano Strappetti, em quem tem total confiança. "Strappetti nos disse: tente de tudo, não desista e ninguém desistiu", disse Alfieri.

Francisco continua o seu tratamento, que inclui remédios e fisioterapias, especialmente a reabilitação respiratória "para recuperar totalmente o uso da respiração e da fala", disse o Vaticano aos jornalistas, sem especificar quando o papa fará a sua próxima aparição pública.

Após 38 dias de internação por pneumonia bilateral, ele regressou no domingo (23) à Casa de Santa Marta, residência onde vive. O papa concelebra a missa na capela localizada no segundo andar do edifício, mas nos últimos dois dias não recebeu visitantes "além dos seus colaboradores mais próximos", disse o Vaticano.

Francisco não presidirá a tradicional audiência geral semanal nesta quarta-feira (26), e o texto da sua catequese será transmitido por escrito, informou o Vaticano, observando que "provavelmente" também não estará presente na oração do Angelus no próximo domingo (30).

A primeira aparição pública desde a sua internação, no dia 14 de fevereiro, foi no último domingo (23), quando Jorge Mario Bergoglio apareceu debilitado e com a voz frágil, cumprimentando a multidão da varanda do hospital. 

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