SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O número de menções na internet a um eventual impeachment do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes disparou na última semana, acumulando mais postagens sobre o tema em seis dias do que em todo o ano de 2024.
A alta acontece após a Folha de S.Paulo revelar que o gabinete de Moraes no STF ordenou por mensagens e de forma não oficial a produção de relatórios pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para embasar decisões do próprio ministro contra bolsonaristas no Supremo.
Nos seis dias após as revelações, entre 13 e 19 de agosto, 341 mil postagens nas redes sociais e na internet usaram palavras ou termos ligando o nome do ministro ao impeachment.
Os dados são de um levantamento realizado pelo Datafolha e pela empresa Codecs. O instituto considera menções em portais de notícias, blogs e fóruns e também posts em redes sociais, que correspondem a 97% do volume de citações.
O número é maior do que o conjunto de todas as publicações no mesmo sentido desde o início do ano. De janeiro a agosto, foram cerca de 324 mil menções que ligavam Moraes ao impeachment, 5% a menos do que todos os posts feitos na última semana.
Anteriormente, o pico de menções havia acontecido em abril deste ano, quando o empresário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), criticou o magistrado em uma postagem em que pedia a renúncia ou o impeachment do ministro.
A postagem passou de meio milhão de interações e iniciou um movimento de outras pedindo o impedimento do ministro. Naquele mês, acumularam-se 145 mil publicações defendendo a cassação de Moraes, menos da metade do número do verificado na última semana.
Musk acirrou a queda de braço com a Justiça brasileira ao se recusar a bloquear contas envolvidas com a propagação de discurso golpista envolvendo os ataques de 8 de janeiro.
Nesse contexto, o X anunciou, no último sábado (17), o fechamento do escritório no Brasil.
O anúncio impulsionou ainda mais o número de postagens contra Moraes. No total, 163 mil pedindo o impeachment foram feitas no período entre os dias 17 e 19 de agosto. A postagem do anúncio acumulava 56 mil compartilhamentos, inclusive do presidente argentino Javier Milei, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os pedidos se concentram, no geral, em perfis associados à direita, como o do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e de Deltan Dallagnol (Novo-PR). As dez postagens com maior engajamento sobre o assunto até o momento foram feitas por contas desse campo.
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