Aprovado pelo Senado após quase cinco meses de espera, o novo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), André Mendonça, foi na manhã desta quinta-feira (2) no Palácio do Planalto "dar um abraço" em Jair Bolsonaro (PL), mas o presidente estava viajando.
"Ah, ele foi para o Rio? Então, vou lá falar com Pedro e com o Célio", disse, ao ser informado por jornalistas que Bolsonaro estava viajando.
O ex-AGU se refere a Pedro Cesar Sousa, subchefe de assuntos jurídicos, e Célio Faria Júnior, chefe de gabinete do presidente. Os dois são conselheiros da área jurídica de Bolsonaro.
O presidente participa de uma solenidade de formatura na escola de Sargentos e Logística, no Rio de Janeiro. A cerimônia consta na agenda oficial desde a noite de quarta-feira -o que nem sempre acontece, uma vez que o mandatário participa de muitos eventos sem informar na agenda, como deveria.
Segundo indicado de Bolsonaro para o Supremo, Mendonça contou que, logo depois de sua aprovação, o chefe do Executivo ligou para parabenizá-lo. Ele estava voltando de uma viagem a Anápolis (GO), onde também participou de uma cerimônia militar.
"Ontem falei com o presidente [Luiz] Fux [do STF], a expectativa é [que a posse seja] neste ano ainda", disse o ex-ministro da Justiça.
Mendonça foi aprovado pelo plenário do Senado com 41 votos a favor, margem mais apertada para um ministro do Supremo já registrada.
"Sabia que ia ser bem difícil, mas que íamos vencer", disse ao chegar no Planalto. O ministro enfrentou uma sabatina de oito horas na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), onde o presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), trabalhou até o último segundo contra sua indicação.
Com a ida do ex-AGU para o Supremo, auxiliares palacianos esperam que a interlocução do Executivo melhore com a Corte. Há também uma expectativa de que ele represente o "conservadorismo" que Bolsonaro defende.
Já no STF e no Congresso, integrantes comemoraram os gestos do ex-ministro da Justiça "terrivelmente evangélico", mas adotaram cautela a respeito da atuação que ele terá quando sentar na cadeira.
A expectativa em torno da postura de Mendonça é maior nos mundos político e jurídico não apenas por ser um novo integrante do Supremo, mas pelo fato de ele poder representar o voto de desempate em matérias importantes em um tribunal rachado.
O antecessor de Mendonça na Justiça e hoje provável adversário de Bolsonaro em 2022, Sergio Moro, parabenizou o seu ex-colega de Esplanada no Twitter, e ressaltando formação religiosa e técnica de Mendonça.
"Parabenizo o Ministro André Mendonça pela aprovação para o STF, com seus atributos técnicos e sua formação cristã. Desejo que o fortalecimento do combate à corrupção, marca da sua trajetória na AGU, guie suas decisões; razão pela qual o Podemos aprovou a sua indicação", escreveu Moro.
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