Mesmo com a crise econômica, a quantidade de cirurgias plásticas com fins estéticos cresce no Brasil. Foi realizado no ano passado 1,7 milhão de operações no País, sendo 60% para fins estéticos, estima o censo bianual da Sociedade de Cirurgia Plástica (SBCP), principal entidade do setor. Comparando com dados do período anterior, de 2016, o número de cirurgias plásticas estéticas é 25,2% maior. O Brasil é um dos líderes nessas intervenções.
O levantamento reúne relatos obtidos com profissionais associados da SBCP - em dois anos, houve aumento de 10,3% no número de filiados. Os dados totais são uma projeção estatística com base na amostra obtida.
A técnica em enfermagem Ana Cláudia Machado, de 32 anos, ajudou a engrossar os números de 2018. No ano passado, de uma só vez, fez lipoaspiração e colocou 355 ml de prótese na mama. "O seio sempre foi uma cirurgia dos sonhos", conta a moradora de Guarulhos, Grande São Paulo.
Para conseguir pagar os procedimentos, diz ela, houve esforço financeiro. "Pesquisei bastante, fiz avaliações que não caberiam nunca no meu bolso. Juntei minhas férias, fiquei cinco meses sem comprar nada e consegui o dinheiro."
As cirurgias pelas quais Ana Cláudia passou estão entre as preferidas dos brasileiros. Os procedimentos mais procurados são o aumento de mama, a lipoaspiração e a abdominoplastia. Entre 2016 e 2018, houve redução na procura pelo aumento de mama. Por outro lado, foi registrada maior busca pela redução mamária. Alternativas como parcelamento e até consórcios ajudaram a popularizar as plásticas. "Fiz parcelado no cartão em 12 vezes", conta a atendente Eliana Oliveira, de 41 anos, que pôs prótese mamária.
BOTOX
Também chama a atenção o número de procedimentos estéticos não cirúrgicos, como aplicação de botox e preenchimentos. Em 2018, as intervenções desse tipo se equipararam às operações plásticas.
"Os produtos melhoraram bastante. Uma cirurgia envolve todo um pré-operatório, avaliações, exames e pós-operatório. A complexidade é absolutamente diferente", explica Níveo Steffen, presidente da SBCP. "Os procedimentos não cirúrgicos têm uma morbidade infinitamente menor", ressalta.
MAIS DE 65 anos
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta