O corpo do perito da Polícia Civil Renato Couto Mendonça foi localizado na manhã desta segunda-feira (16) às margens do rio Guandu, que passa sob o Arco Metropolitano, no Rio de Janeiro. Segundo corporação, a causa da morte foi asfixia por afogamento, o que indica que ele ainda estava vivo quando foi jogado dentro do rio. De acordo com a investigação, o perito foi lançado dentro do Guandu após ter sido baleado pelo sargento da Marinha Bruno Santos de Lima durante uma briga em um ferro-velho.
Segundo a Delegacia de Homicídios, a desavença começou após uma discussão entre Renato, que era papiloscopista do IIFP (Instituto de Identificação Félix Pacheco), e Lourival Ferreira de Lima, dono de um ferro-velho na Mangueira, zona norte da capital. Segundo relatos de testemunhas à polícia, o perito teria ido se queixar de peças furtadas numa obra na praça da Bandeira. Ele atribuiu a Lourival Lima a responsabilidade pelo sumiço.
Segundo relatos de testemunhas à polícia, o perito teria ido se queixar de peças furtadas numa obra na praça da Bandeira. Ele atribuiu a Lourival Lima a responsabilidade pelo sumiço. O dono do ferro-velho teria, então, chamado o filho, Bruno, que é sargento da Marinha. O militar e o perito discutiram e brigaram fisicamente e, de acordo com a investigação, Mendonça acabou baleado na confusão.
Ainda segundo a apuração, após ferir o perito, o sargento pediu auxílio ao cabo Daris Fidelis Motta e ao sargento Manoel Vitor Silva Soares, todos também da Marinha. Os três, segundo informações obtidas pela Divisão de Homicídios, levaram Mendonça até o rio Guandu e o lançaram na água. Em depoimento, os militares confessaram o crime.
A prisão dos quatro foi efetuada pela Divisão de Homicídios e pela 18ª Delegacia de Polícia, que recebeu informações sobre o crime. Eles foram indiciados por ocultação de cadáver. A Folha não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos.
Diretor do Departamento-Geral de Polícia da Capital, o delegado Antenor Lopes disse em entrevista coletiva nesta segunda (16) que o sargento Bruno era um dos donos do ferro-velho clandestino e que o espaço já foi interditado. "Ele funcionava à noite justamente para comprar o produto de furto e roubo de usuários de drogas, o que dificulta a ação das autoridades."
Lopes afirmou ainda que, durante a briga, o perito teria avisado que iria acionar a polícia para prender o militar e o pai dele. "Segundo os relatos de uma testemunha, eles tentaram agarrar o policial civil e forçá-lo a entrar numa viatura da Marinha." O sargento Bruno era o responsável pelo setor de transporte do 1º Distrito Naval.
Em nota, a Marinha afirmou que "lamenta o ocorrido, se solidariza com os familiares da vítima e reitera seu firme repúdio a condutas e atos ilegais que atentem contra a vida, a honra e os princípios militares. A Marinha reforça, ainda, que não tolera tal comportamento, que está colaborando com os órgãos responsáveis pela investigação e informa que abriu um inquérito policial militar para apurar as circunstâncias da ocorrência", diz a nota.
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