Em reunião com governadores nesta terça-feira (20), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que vai incorporar a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, no Programa Nacional de Imunizações, colocando-a assim no cronograma do governo federal.
Baseado em informações que disse terem vindo do próprio instituto, Pazuello informou que espera poder começar a vacinação em janeiro.
Os secretários estaduais de Saúde vinham manifestando preocupação com uma possível falta de participação do governo Jair Bolsonaro (sem partido) na definição das estratégias de produção e de distribuição da vacina desenvolvida em São Paulo a partir de parceria com a empresa chinesa Sinovac.
Eles enviaram uma carta a Pazuello, revelada pela Folha de S.Paulo, solicitando a inclusão no cronograma nacional da vacina do Butantan ou de qualquer outro imunizante que se mostre eficiente no combate ao coronavírus.
O atual calendário do ministério conta apenas com a chamada vacina de Oxford, prevista para abril.
A briga pela inclusão da vacina no calendário nacional foi uma iniciativa do governador João Doria (PSDB-SP).
Bolsonaro e Doria vivem antagonismo desde o começo da pandemia. Enquanto o presidente defendia o afrouxamento da quarentena e o uso de medicamentos como a cloroquina (que, segundo estudos, não tem eficácia contra o coronavírus), o governador paulista promovia controle rigoroso em São Paulo.
Nesta segunda (19), Bolsonaro disse a apoiadores que a vacina contra Covid-19 não será obrigatória, em reação a declaração de Doria de que a vacina será obrigatória em São Paulo, exceto para pessoas que apresentem alguma restrição avalizada por um médico.
"O meu ministro da Saúde já disse claramente que não será obrigatória esta vacina e ponto final", disse Bolsonaro.
No final da tarde, em evento no Palácio do Planalto, o presidente fez críticas indiretas a Doria. Segundo ele, o tucano está "levando terror perante a opinião pública".
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