Comandado por Damares Alves, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos tirou do ar uma nota em que se solidarizava pelas mortes na operação policial na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro.
Publicada na sexta-feira (7), a nota dizia que a pasta entendia ser urgente "a necessidade de combate ao crime organizado, ao tráfico de drogas e às demais atividades marginais que acontecem na cidade", e afirmava que "essas [operações] devem ocorrer de forma a proteger a vida de todos, especialmente dos moradores que, também, são vítimas e reféns de atividades criminosas."
A nota estava hospedada neste link: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2021/maio/ministerio-lamenta-mortes-em-operacao-policial-no-jacarezinho. Ela foi reproduzida pela página da EBC, que a mantém no ar até o momento.
Após a publicação da nota, a ministra passou a ser pressionada nas redes sociais por apoiadores radicais de Jair Bolsonaro, que têm insistido em narrativa de que as vítimas da operação eram todos criminosos, com exceção do policial.
O próprio presidente escreveu que "a mídia e a esquerda" comete ofensa ao povo ao "tratar como vítimas traficantes que roubam, matam e destroem famílias". As investigações ainda não foram concluídas.
Nesta segunda-feira (10), a nota do Ministério da Saúde já não pode mais ser acessada no site do governo federal, o que se tornou motivo de comemoração para os bolsonaristas.
"Com certeza, presidente! A mídia de esquerda tem sido o câncer desta nação. Alerto, com muito respeito, que a Assessoria de Comunicação do MDH fez a mesma coisa e depois que alertei sobre nossas diretrizes conservadoras, tiraram o link do ar", escreveu Sandra Terena, ex-secretária da pasta de Damares Alves, na publicação em que Bolsonaro criticava a imprensa.
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