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Ministro da Educação diz que recursos serão desbloqueados, mas não cita quando

Ministro da Educação diz que recursos serão desbloqueados, mas não cita quando

Sinalização é feita depois de repercussão negativa de congelamento de verbas em meio à campanha eleitoral

Publicado em 7 de outubro de 2022 às 17:13

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Lucas Marchesini

BRASÍLIA - O ministro da Educação, Victor Godoy, anunciou nesta sexta-feira (7) que o governo federal vai liberar o limite de empenho para universidades e institutos federais. A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) também estaria incluída na medida.

O anúncio foi feito pelo ministro em vídeo publicado em rede social. "Conversei com o (ministro da Economia, Paulo) Guedes, ele foi sensível e vamos facilitar a vida de todo mundo", disse.

Ministro da Educação, Victor Godoy
O ministro da Educação, Victor Godoy. (Valter Campanato/Agência Brasil)

Na última quarta (5), o governo anunciou um congelamento de R$ 2,4 bilhões no orçamento do MEC, o que atingiu atividades da pasta e das instituições federais de ensino. Nas universidades, a medida implica uma retirada acumulada de R$ 763 milhões. Já nos institutos de educação técnica e profissional, a perda é de R$ 300 milhões.

A repercussão da decisão foi negativa e serviu de munição para o embate eleitoral, no qual Jair Bolsonaro (PL) busca a reeleição contra o ex-presidente Lula (PT), que terminou o primeiro turno na frente do atual mandatário.

No vídeo publicado, Godoy disse que o bloqueio não teria impacto para as instituições de ensino porque os problemas seriam resolvidos "caso a caso".

"Esse movimento está sendo feito pelo MEC, mantendo-se a responsabilidade fiscal, mas também mostrando sensibilidade", acrescentou.

Segundo o presidente da Andifes (associação que agrega os reitores das universidades federais), Ricardo Fonseca, o decreto com o congelamento causou assombro entre os dirigentes.

A Andifes prevê uma situação de colapso generalizado caso não haja revisão do corte. O governo limitou as movimentações de empenho até novembro e já estornou valores dos caixas das instituições na última terça (4), referentes a 5,8% do orçamento discricionário -ou seja, despesas de livre movimentação, sem levar em conta salários e transferências obrigatórias, por exemplo.

"Não existe mais gordura para queimar, nem carne, agora é cortar no osso", disse Fonseca em entrevista na tarde da última quinta (6). "Pode significar corte de bolsas, projetos de pesquisa, extensão, paralisação de atividades finalísticas, com eventual não retomada de aulas no segundo semestre. É uma situação trágica para os reitores."

A situação pode variar por universidade, a depender de cada realidade orçamentária e de compromissos assumidos. "O que traduz mais claramente [a situação] é o fato de que as despesas mais básicas para as universidades neste momento, de modo generalizado, estão em risco, como pagamentos de contas de luz, água, contratos de limpeza e vigilância. Há perigo iminente de que muitos trabalhadores terceirizados possam perder seus empregos", diz Fonseca.

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