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Ministro Faria sugere ao consórcio de imprensa que vacinados sejam contados

Ministro Faria sugere ao consórcio de imprensa que vacinados sejam contados

O atual consórcio de veículos de imprensa, contudo, já faz isso. Em coletiva, o ministro defendeu o maior destaque para o "placar de vacinados" no País e não para o número de mortos

Publicado em 24 de março de 2021 às 19:01- Atualizado há 4 anos

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O presidente da Telebras, Jarbas Valente, e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, durante apresentação à  imprensa do protótipo de conexão de internet móvel via satélite.
O presidente da Telebras, Jarbas Valente, e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, durante apresentação à  imprensa do protótipo de conexão de internet móvel via satélite. (Marcello Casal JrAgência Brasil)

Em meio à alta no número de mortos pela covid-19, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, sugeriu a criação de um consórcio de veículos de imprensa para divulgar o número de vacinados no País. O atual consórcio de veículos de imprensa, contudo, já faz isso. Em coletiva de imprensa, o ministro defendeu o maior destaque para o "placar de vacinados" no País e não para o número de mortos, que ultrapassou nesta quarta-feira (24), a marca de 300 mil.

Desde junho do ano passado, dados diários da pandemia no Brasil são divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde. As informações divulgadas incluem o número de casos, óbitos, recuperados da doença e de vacinados.

"Sei que é importante noticiar tanto as notícias ruins quanto as boas, eu faço essa defesa. Eu acho que no momento de pandemia temos que ter os dois lados", disse Faria em coletiva de imprensa junto do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. "A vacinação é nossa arma para voltarmos e retomarmos a economia. Deixo aqui uma sugestão: que seja feito um consórcio para que a gente possa contar o número de vacinados nos Estados e nas cidades", afirmou.

O ministro defendeu o acompanhamento dos dados de vacinação "cidade por cidade". "É importante que a gente acompanhe o ritmo de vacinação", disse. "Que o foco não fique apenas no número de mortos e no governo federal", pediu Faria.

Fábio Faria também ressaltou que o País dispõe de 562 milhões de doses de imunizantes garantidos para 2021. "Daqui a pouco seremos autossuficientes na produção de vacinas", observou. De acordo com dados do consórcio de imprensa, ontem a quantidade de pessoas vacinadas contra a covid-19 com ao menos uma dose no Brasil chegou a 12.793.737. O número representa 6,04% da população total do País. Desses 12,7 milhões, 4.334.905 receberam a segunda dose da vacina.

Após a coletiva de imprensa, Fábio Faria usou as redes sociais para se defender e mudar o sentido do que disse. "A minha sugestão não foi que o consórcio de imprensa divulgue o número de vacinados. Isso já é amplamente divulgado. Só sugeri que publique a relação entre os números distribuídos aos estados e efetivamente repassados aos municípios para aplicação", escreveu em sua página no Twitter.

O ministro, contudo, não mencionou em nenhum momento de sua fala a divulgação de dados de repasses e distribuição dos imunizantes A sugestão de Fábio Faria sobre algo que já é feito ocorreu após jornalistas questionarem Marcelo Queiroga sobre mudanças no registro de novos óbitos pela covid-19. Isso porque o ministério da Saúde incluiu novos campos obrigatórios a serem preenchidos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) para contabilizar cada óbito.

O Conselho Nacional das Secretarias Municipais (Conasems) afirmou em nota que a mudança já era prevista, mas destacou a "falta de comunicação adequada" da medida. Sobre o assunto, o ministro da Saúde ressaltou que a alteração, ocorrida hoje, não foi uma decisão sua e que sua intenção não é "maquiar" os números da pandemia. Ele afirmou que uma nota oficial da pasta seria divulgada sobre o assunto.

"Não houve nenhuma determinação minha no sentido de fazer qualquer tipo de alteração em notificações", disse. "Eu não sou maquiador. Eu sou médico. Minha função não é maquiagem, é salvar vidas", declarou. Queiroga prometeu que o caso seria analisado e uma "resposta adequada" seria dada sobre a mudança nas notificações.

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