O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou neste domingo (22) que a população brasileira não deve usar o medicamento cloroquina como medida de prevenção ao coronavírus e que tome cuidado com o uso de álcool líquido 70% para higienização. A cloroquina e um derivado seu, a hidroxicloroquina, são remédios indicados a outras doenças, como a malária, e estão em fase de testes para utilizar contra o novo vírus.
Neste sábado (21) o presidente Jair Bolsonaro afirmou que os hospitais do Exército irão intensificar a produção do medicamento, mesmo sem comprovação de eficácia.
A corrida às farmácias de pessoas sem doenças que precisam de uso contínuo dos remédios, como lúpus e artrite, fez com que a cloriquina sumisse das prateleiras. Neste domingo, o ministério alertou contra a automedicação e disse que não há benefícios de uso preventivo da medicação contra a Covid-19.
"Continuamos com indícios. Foram poucos pacientes, não sabemos se o medicamento foi decisivo ou não", disse Mandetta. "Esse medicamento tem efeitos colaterais intensos e não devem ficar na casa para serem tomados sem orientação médica. Vão fazer uma série de lesões [se automedicando]. Leiam a bula, não é uma Dipirona", afirmou o ministro.
Ele também afirmou que as farmácias do Brasil devem agir com responsabilidade.
"Cada farmácia deste país é obrigatório ter um farmacêutico, ele deve ser responsável e deve organizar, pedir a receita e entender, interpretar. Porque não há ainda fundamento de uso preventivo", disse.
O ministro também pediu que a população tome cuidado ao utilizar o álcool líquido 70%, que foi liberado para venda comercial diante da escassez de álcool gel.
"Muito cuidado com o álcool líquido, dê preferência à água e sabão dentro de casa", pediu Mandetta. "Tudo que eu não preciso agora é de queimaduras e de fumaça, porque isso ocupa UTI e respirador", afirmou.
O ministro recomendou que o líquido, altamente inflamável, não seja deixado perto de crianças e que não seja usado para outros fins, como acendedor ou para limpeza da casa.
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