Em movimento contrário àquele sinalizado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que veio a público afirmar que são 'técnicas' as acusações contra seu antecessor e correligionário, Geraldo Alckmin, uma ala da sigla saiu em defesa do tucano diante da denúncia por falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro apresentada pelo Ministério Público paulista na semana passada.
O prefeito da capital, Bruno Covas, o ex-prefeito de São Caetano do Sul, José Auricchio Jr., os ex-deputados André Montoro, Antônio Carlos Pannunzio e José Anibal, todos do PSDB, além do vice-governador do Estado, Rodrigo Garcia (DEM), e de ex-secretários da gestão Alckmin, subscreveram uma 'moção de solidariedade' ao ex-mandatário.
"Nós, que tivemos a honra e o privilégio de trabalhar com o ex-governador Geraldo Alckmin, testemunhando a sua diuturna preocupação com os mais elevados valores éticos, sérios compromissos republicanos e democráticos, manifestamos publicamente a nossa solidariedade a ele neste momento, com a certeza de que no tempo certo a Justiça se pronunciará definitivamente sobre os fatos noticiados recentemente, proclamando o que por todos já é sabido, a improcedência das atribuições que lhe foram dirigidas", diz o texto que conta com mais de 60 assinaturas.
Após o desgaste provocado pela ofensiva do Ministério Público, Alckmin deixou o comitê de campanha da reeleição do PSDB à prefeitura de São Paulo. O anúncio foi feito por Covas, que afirmou que a decisão partiu do ex-governador.
De acordo com a Promotoria, Alckmin recebeu R$ 2 milhões em espécie da Odebrecht na campanha ao Palácio dos Bandeirantes em 2010 e R$ 9,3 milhões quando disputou a reeleição, em 2014.
O Ministério Público de São Paulo diz que o dinheiro de caixa dois foi pago através de 'doleiros' em estratégia para ocultar a origem dos valores e que o intermediário das negociações foi o cunhado do ex-governador.
Alckmin nega as acusações incluídas na denúncia apresentada à Justiça, que segundo ele 'não encontram suporte nos fatos'.
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