Um dia após pesquisa de intenção de voto do Instituto Futura indicar que Fabiano Contarato (Rede) apresentou expressivo crescimento na disputa por uma vaga ao Senado, uma imagem passou a circular nas redes sociais e em aplicativos de mensagem com informações enganosas sobre o candidato e fazendo apontamentos morais sobre a sua conduta na vida privada.
Na postagem, cuja autoria não está explícita, afirma que uma das bandeiras do redista é defender que as crianças recebam cartilhas apoiando a ideologia de gênero e dizendo que, mesmo que tenham nascido meninos, podem optar por ser meninas.
A cartilha é uma referência ao "kit gay", um termo pejorativo para designar o material didático que seria utilizado para formação de professores dentro do programa Brasil sem Homofobia, que visava combater a violência e o preconceito contra a população LGBT. Não há qualquer manifestação de Contarato referente a essa cartilha, que nunca foi distribuída às escolas, ao contrário do que também já afirmou o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). Em 2011, quando o material estava pronto para ser impresso, foi iniciada uma campanha contra o projeto que seria desenvolvido nas escolas, inclusive no Congresso Nacional, e o governo federal não o levou adiante.
Em entrevista a outro veículo de comunicação, também reproduzida na montagem, Contarato disse que é a favor de cartilha para orientação sexual, mas ponderou que trata-se de um assunto delicado e que deve ser submetido à consulta da população. O redista já tinha feito postagens este mês sobre o tema em suas redes sociais, antes mesmo da reportagem, em que argumenta que "a escola deve ensinar conteúdo científico. Qualquer coisa além disso, somente os pais têm o poder de autorizar. A família é soberana na educação dos filhos."
Além do kit, a postagem apócrifa aponta que Contarato é favorável ao aborto. Neste caso, uma publicação em rede social do próprio candidato, do dia 9 de agosto, indica que na verdade ele é contrário à prática.
A publicação traz ainda a imagem do filho adotivo do candidato que, por ser menor de idade, não poderia ter sido exposto, conforme estabelece o artigo 17 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
O candidato e sua assessoria foram procurados nesta quarta-feira (26) e, até a publicação da matéria, não deram retorno às ligações e às mensagens enviadas por celular. Contudo, em uma postagem feita no início da tarde, Contarato afirma que não vai revidar nenhum ataque.
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