Morador de uma cobertura em Curitiba, Raul Ferreira Pelegrin, 41, foi denunciado nesta segunda-feira (25) pelo Ministério Público do Estado do Paraná por ter cortado uma das cordas de sustentação de um trabalhador que limpava a parte externa do prédio. Uma manobra de segurança feita pelo profissional impediu a queda. A denúncia criminal é por tentativa de homicídio, com duas qualificadoras: uso de meio insidioso e de recurso que dificultou a defesa da vítima.
O prédio tem 27 andares e está localizado na Avenida Silva Jardim, no Água Verde, um dos bairros centrais da cidade. No momento do corte, o trabalhador estava no sexto andar do prédio. O caso aconteceu no dia 14 de março e o morador foi preso em flagrante. Depois, a prisão foi convertida em preventiva (sem data definida para liberação). Ele está na Cadeia Pública de Curitiba.
O escritório da advogada de Pelegrin, Alessi Brandão, disse nesta terça-feira (26) à Folha que por enquanto não vai se manifestar sobre o caso. Na audiência de custódia, o homem permaneceu em silêncio no interrogatório. A promotoria disse que ainda não sabe qual foi a motivação do crime.
No boletim de ocorrência, outros funcionários que limpavam o prédio relataram que Pelegrin havia ameaçado cortar a corda de todos se eles não se retirassem do local. "A despeito de o acusado ser tecnicamente primário, é certo que sua conduta tem grande potencial lesivo e que, só não teve um desfecho trágico, porque houve tempo hábil das vítimas que estavam penduradas serem avisadas", diz trecho da decisão da juíza Thaís Ribeiro Franco Endo.
Quando chegou ao local, a Polícia Militar teve dificuldade para entrar na cobertura -uma mulher que se apresentou como funcionária do morador não permitiu a entrada, alegando que Pelegrin não estava no apartamento. A polícia depois comprovou que o homem estava em um dos quartos e, na sacada da cobertura, encontrou a faca que ele utilizou para o corte da corda. Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, a vítima explicou que trabalhava com duas cordas, "uma que corre e outra de apoio, chamada de trava queda", e que, quando sentiu que a corda principal afrouxou, fez a manobra de segurança, descendo de rapel pela corda fixa.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta