Com a saída de Sergio Moro da Justiça, anunciada nesta sexta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já acumula oito demissões de ministros em quase 16 meses de mandato, média de uma queda a cada dois meses.
Ao anunciar sua demissão, o ex-juiz apontou fraude no Diário Oficial da União no ato de demissão de Maurício Valeixo do comando da Polícia Federal e criticou a insistência do presidente para a troca do comando do órgão, sem apresentar causas que fossem aceitáveis.
Na última semana, Bolsonaro demitiu Luiz Henrique Mandetta, que ocupava a pasta da Saúde, em meio à pandemia do novo coronavírus.
Além disso, já houve trocas nos comandos de secretarias e outros órgãos, como o BNDES e os Correios.
O titular da Secretaria-Geral da Presidência foi o primeiro ministro a ser demitido, em 18 de fevereiro do ano passado.
Bebianno se tornou o centro de uma crise instalada no Palácio do Planalto depois que a Folha de S.Paulo revelou a existência de um esquema de candidaturas laranjas do PSL para desviar verba pública eleitoral. O partido foi presidido por ele durante as eleições de 2018, em campanha de Bolsonaro marcada por um discurso de ética e de combate à corrupção.
Bebianno morreu na madrugada do dia 14 de março deste ano, aos 56 anos. Segundo amigos da família, ele sofreu um infarto em seu sítio, em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro, e morreu por volta das 5h30 em um hospital da cidade.
O ministro da Educação foi demitido em 8 de abril. A saída dele ocorreu em meio a uma crise envolvendo disputas entre militares e seguidores do escritor Olavo de Carvalho. No lugar de Vélez, entrou Abraham Weintraub, da ala ideológica dos bolsonaristas.
Na época, Vélez disse que a imprensa passava uma imagem de que nada funcionava no MEC, o que, segundo ele, não seria verdade. "Mentira se combate com fatos", disse o ministro.
O general foi demitido do comando da Secretaria de Governo da Presidência da República em 13 de junho. Desde que chegou ao Planalto, em janeiro, Santos Cruz se envolveu em seguidas crises com os filhos do presidente, além de um embate com o escritor Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro. A comunicação de governo era um dos principais pontos de disputa.
Após sua saída, o general divulgou uma carta com agradecimentos e desejou "saúde, felicidade e sucesso" a Bolsonaro "e seus familiares". O presidente, por sua vez, informou que a demissão "não afeta a amizade, a admiração e o respeito mútuo".
O também general foi retirado do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência em 20 de junho. Ele foi transferido para o comando dos Correios.
Foi a segunda troca na pasta desde que Bolsonaro tomou posse. A secretaria já tinha sido comandada pelo ex-presidente do PSL Gustavo Bebianno. A mudança representou um rebaixamento para Floriano. Ao presidir os Correios, passou a ficar vinculado ao ministro Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia, Inovações e e Comunicações.
O ministro foi demitido da pasta do Desenvolvimento Regional, responsável pelo programa Minha Casa Minha Vida, em 6 de fevereiro deste ano. O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, substituiu Canuto.
O presidente vinha recebendo críticas de deputados e senadores pela falta de diálogo de Canuto com o Legislativo e por não entregar resultados do Minha Casa Minha Vida.
O deputado federal (MDB-RS) deixou o ministério da Cidadania em 13 de fevereiro deste ano. A pasta passou a ser chefiada por Onyx Lorenzoni, então ministro da Casa Civil.
A Casa Civil, por sua vez, passou para as mãos do general Walter Souza Braga Netto.
Após um longo processo de embate com Bolsonaro, o titular da Saúde foi demitido em 16 de abril. O presidente anunciou o oncologista Nelson Teich no lugar de Mandetta, que confirmou sua demissão por meio de sua conta no Twitter.
A relação entre Bolsonaro e Mandetta estava desgastada havia cerca de um mês por divergências na condução do combate à pandemia do coronavírus. No dia 15, em uma entrevista em tom de despedida ao lado de sua equipe, Mandetta afirmou que havia descompasso com o Palácio do Planalto e indicou a sua demissão como certa.
Ao anunciar sua demissão do governo federal nesta sexta-feira (24), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, apontou fraude no Diário Oficial da União no ato de demissão de Maurício Valeixo do comando da Polícia Federal e criticou a insistência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a troca do comando do órgão, sem apresentar causas que fossem aceitáveis.
Moro afirmou que Bolsonaro queria ter acesso a informações e relatórios confidenciais de inteligência da PF. "Não tenho condições de persistir aqui, sem condições de trabalho." E disse que "sempre estará à disposição do país". A demissão de Moro foi antecipada pela Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (23).
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