Em viagem por estados da região Nordeste desde domingo (6), o pré-candidato a presidente Sergio Moro (Podemos) errou na geografia da região e fez uma citação ao que chamou de "agreste cearense", sub-região que não existe naquele estado. A gafe aconteceu em uma postagem em uma rede social na terça-feira (8).
"Ouvi de agricultores do agreste cearense que as maiores dificuldades enfrentadas por eles são a falta de chuva, de crédito e de seguro. Garantir boas condições ao homem do campo e fortalecer o agronegócio, trator da nossa economia, estão no centro do nosso projeto", disse Moro após uma visita a Juazeiro do Norte, na região do Cariri.
O agreste é uma sub-região que fica entre a zona da mata e o sertão e se estende entre a Bahia e o Rio Grande do Norte. É conhecida por ser uma região de transição com solos relativamente férteis e abriga cidades importantes como Campina Grande (PB) Caruaru (PE) e Arapiraca (AL). Já o estado do Ceará fica na sub-região do sertão.
A gafe gerou uma série de críticas e piadas nas redes sociais. Também rendeu comentários de seu potencial adversário Ciro Gomes (PDT), que cresceu e construiu sua trajetória política no Ceará. "Moro passou aqui pelo Ceará hoje e disse que esteve reunido com os agricultores do agreste do Ceará. Sergio Moro, na geografia do Ceará não tem agreste. Só uma informação cultural", disse o pedetista em uma transmissão em suas redes sociais.
Esta é a segunda visita de Moro ao Nordeste neste ano. Em janeiro, ele esteve na Paraíba, onde iniciou um périplo pelos estados brasileiros para articular palanques e buscar aliados para a sua campanha neste ano. Entre seus aliados, estão parlamentares que se elegeram em 2018 na onda bolsonarista, mas romperam ou se afastaram o presidente Jair Bolsonaro (PL) ao longo da atual legislatura.
Na segunda-feira (7), ele lançou uma carta na qual defende a atual lei que restringe as situações em que o aborto é permitido e promete manter a imunidade tributária das igrejas. Nesta quinta (10), ele cumpriu agenda em Teresina, onde concedeu entrevistas, encontrou líderes políticos e participou de uma palestra.
O ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL) fez críticas ao governo, comparando a uma biruta de aeroporto que muda de posição conforme o vento. Também foi alvo de um protesto solitário de um bolsonarista que o chamou de traidor e gritou o nome do presidente. Moro voltou a mirar ex-presidente Lula (PT), seu potencial adversário nas eleições de outubro, e criticou o discurso do petista.
"Quando você ouve, por exemplo, o Lula, parece que dia 1º de janeiro de 2023 vai começar a chover picanha e jorrar cerveja da torneira [...] Olha, se chover picanha, só vai chover picanha se for na casa dos membros do PT, porque não vai chover picanha para a população", afirmou.
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