SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO - Predominante até os 79 anos de idade, a mortalidade masculina na população brasileira chega a ser 3,7 vezes maior do que a feminina na faixa de 20 a 24 anos. Essa razão indica 371 mortes de homens para cada 100 mortes de mulheres no período analisado pelo Censo Demográfico 2022.
O levantamento, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (25), foi feito a partir das mortes relatadas pelos moradores dos domicílios visitados que tenham ocorrido, no caso da análise divulgada, de agosto de 2021 a julho de 2022. Em números absolutos, foram 1,3 milhões de óbitos, sendo 722,2 mil de homens e 604 mil de mulheres.
A cobertura das mortes feita pelo Censo chega a 84,4% do que é registrado no Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde para o período. Mas os dados do recenseamento, segundo o IBGE, funcionam para caracterizar os domicílios daquelas pessoas mortas, com informações sobre condições de habitação e níveis de educação, entre outras.
Não foram considerados para a análise divulgada os dados colhidos de agosto de 2020 a julho de 2021 e agosto de 2019 a julho de 2020. Segundo o IBGE, ocorrências mais antigas tendem a ficar mais imprecisas. "Quanto mais atrás a gente vai, menos informação vou ter sobre aquele grupo de óbitos", afirma Izabel Marri, gerente de estudos e análises da dinâmica demográfica do IBGE. Ela também aponta a impossibilidade de registrar óbitos nos casos de domicílios com apenas uma pessoa.
Entre as regiões, o Norte tem a maior razões de sexo na distribuição dos óbitos, com 138,5 homens mortos para casa 100 mulheres mortas. Na sequência aparece o Centro-Oeste, com 129,6. O indicador nacional é de 119,6, e a menor razão está no Sudeste, com 113,9.
Já entre Estados e o Distrito Federal, as cinco maiores razões foram detectadas em Tocantins (150,1), Rondônia (147,7), Roraima (146,6), Mato Grosso (141,7) e Amapá (140,57).
Embora os agentes do Censo não perguntem as causas de mortes, o dado aponta para uma realidade já conhecida, que é a sobremortalidade masculina por causa de mortes violentas, como homicídios e acidentes de trânsito, além de hábitos de vida diferentes.
"Então, a gente sabe que essa diferença aqui entre homens e mulheres é devido às causas externas, também chamada de causas violentas, que acometem mais os homens do que as mulheres", segundo Marri.
Ainda, pelo fato de apresentarem subdeclaração, os dados não captaram variações, por exemplo, da pandemia de Covid-19.
A análise do IBGE aponta, ainda, que as mortes de mulheres passam a predominar com uma leve diferença no grupo de 80 a 84 anos de idade, com 50,7% dos óbitos.
"Nascem mais homens do que mulheres, por volta de 4% ou 5% mais homens que mulheres, mas eles morrem mais ao longo da vida. Então, chega no final da vida, ou nas idades mais avançadas, por volta de 80 anos, já existem mais mulheres do que homens", diz Marri.
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