O motorista que atropelou manifestantes e fugiu sem prestar socorro na manhã desta sexta-feira (14) em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, prestou depoimento à polícia neste sábado (15) e foi liberado. O teor da conversa não foi divulgado.
O fisioterapeuta André Luiz da Cunha Serejo, 46, avançou sobre um grupo de pessoas que fechava a avenida Marques do Paraná, importante via da cidade, em um dos protestos contra a reforma da Previdência e cortes na educação. Um vídeo gravado por quem estava no local mostra a correria.
Cinco pessoas ficaram feridas, sendo duas professoras e três estudantes, de acordo com a Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense (Aduff). Um dos alunos teve escoriações leves no braço, e a roda passou por cima da perna da professora Kate Lane Costa, 32.
Ela disse ao site G1 que o motorista do veículo tinha consciência do que fazia. "O cara viu o que ia acontecer e fez, conscientemente, o que ele estava fazendo. Ele quis arrastar todo mundo que estava ali e atropelou algumas pessoas", afirmou.
O caso foi registrado como tentativa de homicídio, mas os investigadores ainda aguardam mais depoimentos para determinar como ele será enquadrado. O veículo, um Fox vermelho, foi apreendido e passou por perícia.
A Polícia Militar chegou ao carro de Serejo, que estava amassado e com o vidro da frente quebrado, após receber informações pelo serviço Disque Denúncia. Ele estava estacionado na garagem de um prédio em São Gonçalo, município da região da Baixada Fluminense, e o proprietário não estava no local.
Segundo o jornal "O Globo", o veículo tem seis multas registradas no sistema da Prefeitura do Rio de 2007 a 2010, sendo três gravíssimas. Entre as infrações estão avanço de sinal vermelho, ultrapassagem de parada obrigatória e excesso de velocidade, mas não é possível saber se o motorista era o mesmo que atropelou os manifestantes.
BALANÇO DA MANIFESTAÇÃO NO RIO
Dois policiais militares ficaram feridos, quatro pessoas foram presas e uma mochila com coquetéis molotov foi apreendida no ato que terminou em confusão na noite desta sexta no centro do Rio de Janeiro, segundo balanço da PM.
O conflito começou quando um manifestante soltou um fogo de artifício próximo a policiais que entravam em formação no meio da manifestação. A partir daí, os agentes começaram a lançar bombas de gás lacrimogêneo e se formaram diferentes focos de tensão. A manifestação se dispersou e a via foi liberada para a entrada de carros cerca de uma hora depois.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta