O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, enfatizou que a posição do governo para combater a pandemia de coronavírus "é uma só" e continua sendo isolamento e distanciamento entre as pessoas.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que pediria ao Ministério da Saúde mudança na orientação de isolamento durante a pandemia. A recomendação defendida pelo presidente é que o distanciamento seja adotado apenas para idosos e pessoas com comorbidades (outras doenças). Na terça-feira (24) à noite, o presidente fez um pronunciamento em que criticou governadores por medida de isolamento e minimizou o coronavírus.
Em coletiva de imprensa após reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal, órgão que preside, Mourão declarou que o presidente pode não ter se expressado da melhor forma em pronunciamento na véspera, quando criticou o confinamento orientado por autoridades.
"A posição do nosso governo, por enquanto, é uma só. A posição do governo é o isolamento e o distanciamento social", disse Mourão. O vice ponderou que a orientação para isolamento está sendo discutida.
"Ontem o presidente buscou colocar e pode ser que ele tenha se expressado de uma forma, digamos assim, que não foi a melhor. Mas o que ele buscou colocar é a preocupação que todos nós temos é com a segunda onda", afirmou o vice-presidente, explicando que a segunda onda são os impactos na economia.
A fala do presidente foi bastante criticada por especialistas e a oposição. Ele se referiu ainda ao novo coronavírus como "gripezinha" ou "resfriadinho" e disse que se for contagiado não terá forte impacto em sua saúde por seu histórico de atleta, embora não haja respaldo científico para esta afirmação.
Mourão foi então questionado pela reportagem sobre a divergência entre o discurso do presidente, que defende isolamento apenas de pessoas mais velhas e mais vulneráveis, e da orientação do Ministério da Saúde e da OMS (Organização Mundial da Saúde), que falam em distanciamento social para todos os cidadãos.
"Existe uma discussão no mundo entre o isolamento horizontal e o isolamento vertical que são pessoas que pertence ao grupo de risco e as que têm convívio com elas. A minha visão por enquanto é que temos que terminar esse período que estamos em isolamento para que haja calibragem da forma como está avançando a epidemia no país e, a partir daí, se possa gradativamente ir liberando as pessoas dentro de atividades essenciais para que a vida vegetativa do país prossiga."
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