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MPF abre investigação sobre vazamento de informações a Flávio Bolsonaro

MPF abre investigação sobre vazamento de informações a Flávio Bolsonaro

Advogado do filho do presidente, no entanto, diz que apuração teria consequências apenas para o delegado que vazou informações, se isso for comprovado

Publicado em 18 de maio de 2020 às 20:44

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Senador Flavio Bolsonaro
Senador Flavio Bolsonaro teria sido avisado sobre operação que atingiria o seu então assessor, Fabrício Queiroz. (Edilson Rodrigues/Ag. Senado)

Ministério Público Federal abriu investigação nesta segunda-feira (18) para apurar supostos vazamentos de informações da Polícia Federal na Operação Furna da Onça, deflagrada em novembro de 2018 e que levou à produção do relatório do Coaf relevado pelo Estadão que chegou ao ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz.

A Procuradoria também pediu o desarquivamento do inquérito policial da própria PF, conduzido após suspeitas de vazamentos ainda em 2018.

A investigação foi aberta após o ex-empresário Paulo Marinho revelar, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que um delegado da PF Rio informou a equipe do então deputado estadual Flávio Bolsonaro que a Furna da Onça chegaria a Queiroz e sua filha, que até então trabalhava no gabinete de Jair Bolsonaro, em Brasília.

O delegado teria sugerido que ambos fossem demitidos e disse que seguraria a operação para depois do segundo turno das eleições presidenciais. A Furna da Onça foi deflagrada uma semana depois do pleito, em novembro de 2018.

Segundo o procurador da República Eduardo Benones, ‘há notícias de novas provas que demandam atividade investigatória’ em relação a vazamentos da operação. Uma das primeiras medidas será ouvir, em depoimento, Paulo Marinho.

“As investigações do controle externo visam descobrir se policiais federais vazaram informações sigilosas para privilegiar quem quer que seja. Caso fique comprovado qualquer vazamento, mesmo simples informações, os policiais responsáveis podem ser presos e até perder o cargo por improbidade”, afirma Benones, que atua como coordenador do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro.

Após a revelação das declarações de Marinho, o desembargador Abel Gomes, relator da Furna da Onça no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, declarou que a operação ‘não foi adiada, mas sim deflagrada no momento em que se concluiu mais oportuno, conforme entendimento conjunto entre o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e o Judiciário’. Segundo Gomes, a deflagração após o segundo turno das eleições ‘seria o correto e consentâneo’ com a lei.

INVESTIGAÇÃO DE 2018

Em nota, a Polícia Federal do Rio destacou que uma investigação sobre o vazamento de informações foi realizada e arquivada em 2018 após não serem encontradas evidências do crime. No entanto, destacou que ‘todas as notícias de eventual desvio de conduta devem ser apuradas e, nesse sentido, foi determinada, na data de hoje (dia 18), a instauração de novo procedimento específico para a apuração dos fatos apontados’.

ACUSAÇÕES NÃO TRARIAM CONSEQUÊNCIAS PARA OS BOLSONARO, DIZ ADVOGADO DE FLÁVIO

Ao Estadão, o criminalista Frederick Wassef, defensor do presidente Jair Bolsonaro e do senador Flávio Bolsonaro, afirmou que nenhum membro da família presidencial solicitou adiamento ou teve qualquer tipo de ingerência em investigações da Polícia Federal.

Segundo ele, em um caso hipotético de comprovação de vazamento de informações e motivação política por trás da data escolhida para a operação, tais fatos ‘não implicariam em nada mais do que um procedimento administrativo da própria corregedoria da Polícia Federal para apurar as condutas praticadas pelo referido delegado federal’.

“Portanto, no máximo e no pior dos cenários, objeto de apuração dessa história teria como único participante, como único alvo e objeto, o delegado federal”, disse Wassef.

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