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"Não cometi estupro", diz morador de rua sobre sexo com mulher de personal trainer

"Não cometi estupro", diz morador de rua sobre sexo com mulher de personal trainer

Na primeira entrevista após ser espancado, Givaldo Alves deu a versão dele para o caso que teve repercussão no país no último dia 9. Sem-teto alegou que o ato foi consensual

Publicado em 24 de março de 2022 às 11:03

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Givaldo Alves, de 48 anos, contou sua versão para o caso e negou ter cometido estupro
Givaldo Alves, de 48 anos, contou sua versão para o caso e negou ter cometido estupro. (Reprodução)

No começo deste mês, a história envolvendo o morador de rua Givaldo Alves, que se relacionou com a esposa do persoal trainer Eduardo Alves, dentro do carro do marido da mulher, ganhou o noticiário nacional, quando as imagens feitas por câmeras de segurança flagraram o momento em que o sem-teto era espancado pelo personal, que flagrou a companheira dele mantendo relações sexuais com o até então desconhecido.

O caso permaneceu nos holofotes nos dias seguintes com o personal depondo na polícia e ganhou várias versões, entre elas a possibilidade de estupro, alegada em um primeiro momento pelo marido. Esta acusação, entretanto, foi desmentida pelo sem-teto, que pela primeira vez deu a versão dele para o ocorrido. Em entrevista ao site Metrópoles nesta quarta-feira (23), o morador de rua de 48 anos narrou os fatos da história que se passou na localidade de Planaltina, na região do Distrito Federal.

Em um primeiro momento, Givaldo achou que o espancamento era uma retaliação por ter sido testemunha de um episódio anterior, quando viu uma mulher sendo arrastada por um homem. Após alguns dias, quando estava internado no hospital, entendeu o que realmente havia ocorrido, segundo ele.

Nos quase 40 minutos de entrevista, ele contou que estava na Rodoviária de Planaltina quando foi chamado insistentemente pela mulher, que lhe deu uma Bíblia e teria dito: "Quero namorar você". Ele respondeu que não tinha dinheiro para levá-la a um hotel e, então, ela teria sugerido que os dois fossem para seu carro.

Ao entrarem no veículo, disse o morador de rua, os dois conversaram e, depois, procuraram uma rua com pouco movimento, onde tiveram relações. Ele disse não ter noção de quanto tempo ficaram no carro, no episódio ocorrido no dia 9 de março.

"NÃO COMETI ESTUPRO"

Givaldo diz que foi casado, tem uma filha de 28 anos e peregrinou por cidades da Bahia, Tocantins, Minas e Goiás até chegar a Brasília. Desde então, alterna a rotina nas ruas entre abrigos públicos e casas de passagens. Em um dos momentos mais importantes da conversa, ele rebate as acusações do personal sobre o crime de estupro.

Aspas de citação

Deus me colocou em um lugar cercado por câmeras que comprovam não ter havido nada disso (estupro). Se fosse outro morador de rua, possivelmente já estaria preso

Givaldo Alves
Morador de rua
Aspas de citação

Em função da briga com o personal, Givaldo sofreu um edema no olho e ficou com a costela quebrada. Sem acreditar na notoriedade que ganhou nas redes sociais, o sem-teto comenta a situação: “Não me arrependo”.

Ao falar dos momentos com a mulher do personal, Givaldo a descreve como uma pessoa carinhosa, atenciosa, faz elogios ao corpo dela e ainda se diz "um amante das mulheres".

MARIDO ERROU

Em outra parte da longa entrevista, o morador de rua afirma que o marido da amante errou ao brigar com ele, "fez tudo errado" e expôs a vida da companheira a julgamentos.

"Do jeito que o cara fez, ele expôs a vida dele e a vida dela. (...) Eu não fiz nenhum mal para ser agredido. (...) Eu acho que esse senhor deveria rezar para Deus e pedir sabedoria para agir num momento de desespero, porque o senhor pôs tudo a perder e se expõe usando mentiras".

Personal trainer Eduardo Alves e a esposa
Personal trainer Eduardo Alves e a esposa . (Instagram/Reprodução)

O caso segue sendo investigado, em sigilo, pela Polícia Civil de Brasília. Segundo o delegado Diogo Cavalcante, responsável pela investigação do caso, há versões conflitantes da história, que ele diz considerar "sensível". Um dos desafios da polícia é entender se houve abuso por parte do morador de rua ou se a relação sexual foi consensual.

Eduardo Alves afirmou que a mulher teve um surto e estava delirando. Segundo ele, nesse momento, foi internada e recebe acompanhamento médico, além de não ter acesso a redes sociais e televisão. Ela, portanto, não estaria ciente da repercussão do caso.

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Com informações dos sites Metrópoles, O Globo e Extra

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