Exonerado no fim da tarde deste domingo (8), em meio ao vandalismo golpista que tomou Brasília, Anderson Torres, que era responsável pela segurança do Distrito Federal, disse à Folha de S.Paulo que o governo do DF fez devidamente o "planejamento" para receber a manifestação de bolsonaristas.
Após ter início o quebra-quebra, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), informou a integrantes do governo Lula que Torres será exonerado.
Ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, Torres viajou de férias para os EUA neste sábado (7). Ele acompanhou os atos de vandalismo à distância, de Orlando (Flórida).
Integrantes do governo Lula, membros da nova direção da Polícia Federal e ministros do Supremo atribuem ao agora ex-secretário de Segurança Pública os problemas deste domingo. Eles defendem uma responsabilização dura.
"Não houve leniência, é a primeira vez que tiro férias em muito tempo. O planejamento foi feito", disse à rerportagem.
O ex-ministro também afirmou que há mentiras sendo contadas. "Não vim para os EUA para encontrar Bolsonaro. Não me encontrei com ele em nenhum momento. Estou de férias com a minha família. Não houve nenhuma trama para que isso [os atos golpistas] ocorresse", declarou.
Quando deixou o Brasil às vésperas da posse de Lula, Bolsonaro viajou para Orlando, mesma cidade americana onde Torres diz passar férias.
A proximidade de Torres com Bolsonaro e sua atuação à frente da Justiça no governo do ex-presidente são alvo de constantes críticas do PT. O próprio Lula criticou Torres na declaração feita na tarde deste domingo (8).
"O secretário de Segurança dele [governador Ibaneis Rocha] todo mundo sabe a fama dele de ser conivente com as manifestações", afirmou o presidente.
Anderson Torres é alvo de inúmeras críticas por parte, principalmente, de integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) e também pela oposição por sua atuação como ministro de Bolsonaro.
Ele entrou inclusive na mira de Alexandre de Moraes (STF) em alguns dos inquéritos de suspeitas de crimes cometidos no governo passado, entre elas uma sobre a live de 29 de julho de 2021 em que Jair Bolsonaro atacou a segurança das urnas eletrônicas. O ex-ministro é policial federal e deve ser reintegrado ao órgão.
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