O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), confirmou nesta quarta (26), ter viajado a São Paulo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para uma reunião com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte deve avaliar nos próximos meses a possibilidade de ambos concorrerem à reeleição, o que hoje é vedado. Em entrevista a jornalistas, porém, Maia negou que este tenha sido o tema do encontro e voltou a dizer não ser candidato.
"Foi uma conversa. Nada de reeleição, nada desse assunto. Eu não sou candidato à reeleição", afirmou Maia. "Toda hora que eu for encontrar o ministro agora estarei tratando da ação do PTB que trata da possibilidade da não reeleição."
Como mostrou o Estadão, Maia e Alcolumbre têm mantido conversas reservadas com ministros do Supremo. Nos bastidores, Moraes e Gilmar Mendes têm ajudado a encontrar uma solução jurídica que permita a recondução.
De acordo com interlocutores, o presidente da Câmara admite disputar o quarto mandato apenas se for aclamado por líderes de partidos e tiver apoio, ainda que informal, do governo. Embora tenha um histórico de desentendimentos com o presidente Jair Bolsonaro, Maia se relaciona bem com ministros como Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Fábio Faria (Comunicações).
Em entrevista ao Estadão, o novo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse que sua chegada melhora o relacionamento do Executivo com Maia. "O presidente da Câmara é influente no plenário e, quando ele acompanha, as coisas facilitam." Na semana passada, Maia atuou para impedir que os deputados derrubassem o veto de Bolsonaro ao aumento para o funcionalismo.
Os ministros Cármen Lúcia, Edson Fachin e Ricardo Lewandowski resistem à ideia de permitir a reeleição na mesma legislatura. O ministro Luís Roberto Barroso ainda não se debruçou sobre o tema. Já o ministro Marco Aurélio Mello é contra a possibilidade de reeleição.
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