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'Não vamos desistir do Brasil', diz Flávio Bolsonaro, após vitória de Lula

'Não vamos desistir do Brasil', diz Flávio Bolsonaro, após vitória de Lula

Filho do presidente, senador se manifestou em redes sociais e falou em "erguer a cabeça" após derrota de Bolsonaro na eleição

Publicado em 31 de outubro de 2022 às 17:08

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SÃO PAULO E BRASÍLIA - O senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), falou em rede social na tarde desta segunda (31) em erguer a cabeça e afirmou que "não vamos desistir do Brasil".

Foi a primeira manifestação de um dos filhos do presidente, 20 horas após a confirmação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pela Presidência. Bolsonaro ainda não se manifestou.

Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em pronunciamento no plenário do Senado Federal
Flávio Bolsonaro se manifestou 20 horas após a confirmação da vitória de Lula. (Waldemir Barreto/ Agência Senado)

"Obrigado a cada um que nos ajudou a resgatar o patriotismo, que orou, rezou, foi para as ruas, deu seu suor pelo país que está dando certo e deu a Bolsonaro a maior votação de sua vida! Vamos erguer a cabeça e não vamos desistir do nosso Brasil! Deus no comando!", afirmou Flávio, sem citar Lula.

TSE (Tribunal Superior Eleitoral) declarou Lula eleito, com 50,9% de votos, contra 49,1% de Bolsonaro. O atual presidente é o primeiro a não conquistar a reeleição.

Aliados de Jair Bolsonaro redigiram um discurso de reconhecimento de derrota para sugerir ao mandatário, que segue em silêncio sobre o resultado das eleições neste domingo (30).

Segundo relatos, o documento não traria contestação ao resultado, mas citaria "injustiças" que o mandatário sofreu em seu governo e na campanha.

A expectativa do entorno do chefe do Executivo é de que ele fale ainda nesta segunda (31). Para aliados, quanto mais tempo demorar, mais negativo será para Bolsonaro.

O texto sugerido ao presidente tem o objetivo de manifestar respeito ao regime democrático, mas foi elaborado com cuidado para não deixar os militantes bolsonaristas órfãos.

Há o receio de que uma postura totalmente legalista resultaria em perda dos apoiadores mais radicais, que estiveram ao lado do presidente e ajudaram a propagar os questionamentos de Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral, que foram reforçados pelas Forças Armadas.

Eles lembram que, apesar de derrotado, ele teve 58 milhões de votos e elegeu diversos aliados, inclusive o governador de São Paulo, maior estado do país. A ideia é que o chefe do Executivo mantenha acesa essa militância.

Jair Bolsonaro repetiu várias vezes ao longo de seu mandato que apenas reconheceria o resultado de eleições se elas fossem "limpas". O mandatário levantou frequentemente dúvidas sobre as urnas eletrônicas e, sem provas, apontou que o sistema era vulnerável e que houve fraudes nas eleições de 2018.

A mais recente ofensiva ao sistema eleitoral se deu após a acusação de que inserções de rádio e televisão da campanha de Bolsonaro foram boicotadas por emissoras das regiões Norte e Nordeste. A tese não foi encampada pela ala política de seu governo e no fim foi abandonada por um de seus articuladores, o ministro Fábio Faria (Comunicações).

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