A Nasa lançou neste sábado (16) a sonda Lucy, sua primeira missão robótica dedicada a explorar os asteroides troianos, que acompanham o gigante Júpiter em sua órbita ao redor do Sol.
O lançamento partiu no horário marcado, às 6h34 (de Brasília), em Cabo Canaveral, Flórida. A espaçonave foi levada ao espaço por um foguete Atlas V, iniciando uma jornada que deve durar pelo menos 12 anos. Não é fácil chegar aos arredores da órbita joviana e mais difícil ainda chegar a uma velocidade suficientemente moderada para que a espaçonave possa explorar individualmente vários asteroides, um após o outro.
Para isso, a sonda fará três sobrevoos da própria Terra, em 2022, 2024 e 2030. Após o segundo deles, a Lucy passará, em 2025, por um objeto do cinturão de asteroides que atende pelo peculiar nome Donaldjohanson. É o nome do paleoantropólogo que descobriu o fóssil que dá nome à missão, o australopiteco de 3,5 milhões de anos que ajudou a reconstruir a história da evolução humana (ao estudar os asteroides troianos, a missão espera revelar os segredos da formação do Sistema Solar, tendo impacto similar ao de sua homônima fóssil).
Após passar pelo asteroide Donaldjohanson, a sonda chegará ao primeiro grupo de troianos a serem estudados, num dos cinco pontos de Lagrange que existem em cada sistema gravitacional de dois corpos.
Essas regiões, moldadas pela gravidade combinada de Júpiter e do Sol, servem como uma espécie de estacionamento natural para espaçonaves e outros pequenos objetos, como asteroides. Ao longo da missão, a Lucy visitará os pontos L4 e L5. O L4 fica na órbita de Júpiter, mas 60 graus à frente dele. Lá ela visitará cinto objetos: Eurybates e seu satélite Queta, Polymele, Leucus e Orus. Tudo isso entre 2027 e 2028.
Depois da visita ao L4, a sonda volta a fazer um sobrevoo da Terra e então ruma novamente para a órbita de Júpiter, mas desta vez para o L5, onde visitará pelo menos dois objetos: a dupla Patroclus e Menoetius, em 2033.
Ou seja, serão ao todo 7 asteroides troianos visitados, além do encontro com o Donaljohanson no cinturão de asteroides.
Para operar com sucesso em uma região tão longínqua do Sistema Solar, a sonda conta com dois painéis solares superleves e enormes, cada um formando um círculo com mais de 7 metros de diâmetro.
A missão foi selecionada em 2017 como parte do programa Discovery, em que a Nasa seleciona missões de baixo custo propostas por cientistas com objetivos bem definidos.
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