Fundamental para uma maior diversidade no mercado de trabalho, a presença de alunos negros vem aumentando no ensino superior no Brasil, mas ainda é menor em cursos de maior prestígio.
Dados do Censo da Educação Superior do Inep (instituto ligado ao Ministério da Educação) tabulados pela Folha mostram que a proporção de autodeclarados pretos e pardos em cursos de direito passou de 10,6% em 2011 para 28,2% em 2016.
Considerando-se só os cursos mais bem avaliados, segundo o RUF (Ranking Universitário Folha), essa presença também cresce, mas em patamar menor passou de 9,7% para 18,2%.
Em 2008, quando Luana Araujo, 38, foi a oradora da formatura de sua turma da Faculdade de Direito da USP, ela tinha apenas outros dois colegas negros em sua sala.
Naquele ano, era também a única negra no seu setor no escritório. A ausência de pares, diz, se reflete em situações sociais relacionadas ao trabalho, como almoços e eventos. "Falar que senti ato de racismo ostensivo em qualquer escritório seria mentira. Mas a minha impressão é que existe dificuldade de lidar com o negro fora das circunstâncias em que se está habituado a vê-lo", diz.
Se hoje ela estivesse na USP, teria mais colegas negros. A presença tem aumentado com as cotas, que começaram a ser implantadas de forma gradativa no ano passado.
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