Cresceu o número de prefeitos indígenas eleitos nas eleições municipais no primeiro turno, realizado neste domingo (6). Ao todo, 9 candidatos que se declaram desta forma ganharam os pleitos. Eles são majoritariamente homens, e se dividem igualmente entre a esquerda, direita e o centro. Entre as capitais, apenas o pleito de Vitória (ES) contou com candidato indígena concorrendo à chefia do executivo municipal. O guarani Assumção (PL), capitão de reserva da Polícia Militar, contabilizou 9,5% dos votos. Na capital capixaba, o atual prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) se reelegeu no primeiro turno, com 56%.
Apenas uma mulher foi eleita e não há indígenas concorrendo no segundo turno. O número representa um eleito a mais em relação às eleições de 2020, quando oito indígenas chegaram ao Executivo municipal. Na disputa anterior, em 2016, seis candidatos ganharam prefeituras pelo país. Em ambos os pleitos os eleitos representaram cerca de 0,1% dos cargos de prefeito.
Apesar do acréscimo neste ano, o número que ainda é aquém da representação do grupo na população brasileira, que é de 0,83%, segundo o Censo de 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O Brasil tem 1,7 milhão de indígenas, segundo dados do instituto. Dados de estudo produzido pelo Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) mostraram que as candidaturas indígenas tiveram aumento de 14%, com maior concentração em Roraima, com 7%.
Neste ano, os indígenas puderam também declarar, de forma opcional, o pertencimento étnico, o que resultou em 170 etnias declaradas em um universo de 266 povos, de acordo com dados do IBGE. As candidaturas do grupo estavam concentradas em partidos de direita (41,8%), seguido das legendas de esquerda (40,4%), e do centro (17,7%), segundo o estudo.
A cidade mais indígena do Brasil, Uiramutã (RO), reelegeu Tuxaua Benísio (Rede), um dos oito prefeitos indígenas eleitos em 2020. O candidato recebeu 59,66% dos votos contra Professor Abraão (PDT), que teve 40,34%. Benísio é do povo macuxi e tuxaua e uma liderança da Comunidade Indígena Pedra Branca, localizada na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. A candidatura foi resultado de um encontro de representantes de dezenas de comunidades indígenas da região, num formato apelidado de "política do malocão".
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