Dione Quirino, 35, e Amanda Cássia Lopes, 27, se casariam neste fim de semana em Jaíba (MG), a 620 quilômetros de Belo Horizonte. A cerimônia civil ocorreria na sexta-feira (24), e a religiosa, neste sábado (25).
Na quinta (23), enquanto almoçavam com a irmã de Amanda, sua mãe e uma sobrinha, os noivos receberam uma caixa com bombons e taças de champanhe. Parecia um presente inofensivo e adequado para a ocasião.
Quando comeram as guloseimas, porém, tiveram uma surpresa ingrata. "O pessoal consumiu quatro bombons e, logo depois, todos começaram a passar mal", diz o delegado Marconi Vieira, da Polícia Civil de Minas Gerais.
O cachorro, que também teria comido um pedaço de bombom, morreu na hora. Os noivos e seus familiares, incluindo uma criança de dois anos, foram levados para o hospital.
A polícia considera a hipótese de envenenamento. Na sexta, a ex-companheira de Dione foi presa sob a suspeita de praticar o crime. O nome dela não foi revelado.
Durante as investigações, a polícia descobriu que os bombons foram entregues por um táxi de Janaúba, a 70 quilômetros de Jaíba. O delegado Vieira diz que o motorista foi contratado por um mototaxista do mesmo município, que recebeu R$ 5 de uma mulher para fazer o serviço.
Ao ser ouvido pelos agentes, o mototaxista apontou as características da ex-companheira de Dione. Com base em análise de câmeras de segurança, em parceria com a Polícia Militar, as investigações reconstituíram todo esse processo e identificaram a suspeita.
"As filmagens mostram a mulher com a encomenda em uma bolsa preta andando pela cidade, procurando o mototaxista e entregando a encomenda para ele", diz o delegado. "Depois, ela pega um táxi de Verdelândia, cidade onde a ex-companheira de Dione reside."
As imagens foram levadas para perícia e, com base nos resultados, um mandado de prisão foi expedido no início da noite de sexta. A suspeita foi encontrada na casa de sua mãe. Em seguida, a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão na casa da ex-companheira de Dione.
Segundo a polícia, as vítimas contaram que a ex-companheira não aceitava o fim do relacionamento com Dione, e muito menos o seu noivado com outra mulher. A versão teria sido confirmada por testemunhas.
A própria suspeita disse ao delegado que Amanda foi a causa do fim de sua ligação com Dione.
"Toda vez que eu perguntava se ela envenenou os bombons, ela olhava para o chão e ficava calada", afirma Vieira. Ele diz que espera concluir as investigações em breve. Dois bombons que restaram foram levados para análise.
Amostras de sangue e urina das vítimas, além de órgãos do cachorro morto, também serão analisadas. Vieira ainda pediu exame grafológico de um bilhete que foi enviado junto com a encomenda, contendo o endereço de entrega, que será comparado com a letra encontrada em cadernos da suspeita.
As quatro vítimas adultas permanecem em observação e devem receber alta na segunda (27), segundo o delegado. A criança já deixou o hospital da cidade.
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