O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), acusou o presidente Jair Bolsonaro de dar um "péssimo exemplo aos brasileiros" no combate ao novo coronavírus.
Ao comentar os números de isolamento social, Doria afirmou: "O que tem estimulado lamentavelmente o relaxamento das pessoas é a conduta errática do presidente que, dando maus exemplos, todos os finais de semana sai para fazer passeios na Esplanada dos Ministérios ou em cidades satélites de Brasília".
Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, Doria disse que, no mundo, além do presidente Bolsonaro, apenas dois ditadores, o da Bielorússia, Aleksandr Lukashenko, e da Nicarágua, Daniel Ortega, são contra o isolamento social.
Doria disse mais uma vez que o Estado não irá adotar nenhuma medida de flexibilização da quarentena caso a média da taxa de isolamento social registrada pelo governo não estiver pelo menos entre 50% e 60%, números considerados seguros pela secretaria estadual de Saúde para reabrir alguns setores da economia em meio à pandemia do novo coronavírus.
Nesta terça, 5, São Paulo registrou um índice de 47% de adesão da população ao isolamento social em todo Estado, enquanto a capital paulista registrou 48%. "Em ambos os casos (Estado e capital), abaixo da média mínima desejada para qualquer análise futura sobre isolamento social", afirmou o governador.
Segundo o secretário de Saúde de São Paulo, José Henrique Germann, houve um acréscimo de 3.800 novos casos de covid-19 no Estado, em aumento de 10%, além de mais 194 mortes confirmadas pela doença, representando uma alta de 7% nas últimas 24 horas. Ao todo, são 37.853 infectados e 3.045 óbitos em São Paulo. O secretário ainda informou que a ocupação de leitos de UTI voltados ao tratamento de infectados pela covid-19 no Estado é de 67%, enquanto a região da Grande São Paulo registra 86% de leitos ocupados.
Por ter ultrapassado a marca de 3 mil mortes pelo novo coronavírus, Doria informou que o governo estadual irá publicar um decreto amanhã (7) no Diário Oficial que determina luto oficial em São Paulo. A decisão, segundo o governador, terá validade até o fim da pandemia.
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