Após três anos de estagnação, o índice de brasileiros obesos voltou a crescer no país e atingiu, em 2018, o maior patamar dos últimos 13 anos.
O alerta é do Vigitel, pesquisa do Ministério da Saúde que investiga hábitos de vida e fatores de risco de doenças crônicas, problema que hoje representa um dos principais impactos no SUS.
Os dados mostram que, em 2018, 19,8% dos entrevistados estavam obesos. Embora já apresentasse aumento desde 2006, nos últimos três anos, esse índice estava estagnado em 18,9%.
Agora, voltou a crescer, aumentando a preocupação sobre o risco de doenças ligadas à obesidade, como hipertensão e diabetes.
Outro alerta é com o índice de brasileiros com excesso de peso, que tem aumentado nos últimos anos. Hoje, 55,7% da população está dentro desse patamar.
O cálculo das categorias é feito por meio das informações de peso e altura, usadas para verificar o IMC (índice de massa corporal, que é o peso dividido pela altura ao quadrado). Se igual ou acima de 25 kg/m², há excesso de peso. Para 30 kg/m², obesidade.
A pesquisa mostra ainda que o crescimento da obesidade tem sido maior entre adultos de 25 a 34 anos e 35 a 44 anos -grupos que apresentaram aumento de 84,2% e 81,1%, respectivamente.
Em 2018, o índice de obesidade foi pouco maior entre as mulheres em relação aos homens: 20,7% de mulheres, contra 18,7% de homens.
Ao todo, a pesquisa ouviu 52.395 pessoas acima de 18 anos em todas as capitais do país e no Distrito Federal entre fevereiro e dezembro de 2018.
Nem tudo, porém, é má notícia. Segundo a pesquisa, o índice de brasileiros que afirmam consumir frutas e verduras e fazer atividades físicas vêm crescendo. Mas ainda não o suficiente para deter o avanço da obesidade.
Um exemplo desse pontapé em uma mudança de hábitos é que, em 2008, 20% dos adultos consumiam regularmente frutas e verduras. Em 2018, esse índice passou para 23,1%. "É um número ainda baixo, mas há tendência de aumento. Precisamos aumentar informações e campanhas para que a população adote mais esses hábitos", disse o secretário de vigilância em saúde do ministério, Wanderson Oliveira.
Outro sinal de mudança na alimentação é que o consumo de bebidas açucaradas, como refrigerantes, caiu 53,4%. Já a prática de atividade física cresceu 23,7%.
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