O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e a Polícia Federal cumpriram na manhã desta quinta-feira (25) mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes da milícia chefiada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, que atua na zona oeste da capital e também na Baixada Fluminense.
A operação acontece três semanas após o assassinato do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, suspeito de integrar o grupo miliciano Liga da Justiça. Ele foi morto com dois tiros de fuzil, na barriga e na perna, quando passava pela estrada Guandu do Sapé, em Campo Grande, na zona oeste do Rio.
Nesta quinta, o Gaeco (Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado) e o Gise/Facções (Grupo de Investigações Sensíveis) já tinham prendido, até a publicação desta reportagem, oito pessoas. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Segundo as autoridades, as investigações apontaram esquema de extorsão, posse e porte de armas de fogo de uso permitido e também de uso restrito, como fuzis, comércio ilegal de armas e corrupção ativa de agentes de forças de segurança. O grupo criminoso também é acusado de cometer assassinatos contra bandidos rivais, da milícia comandada por Danilo Dias, o Tandera.
Os investigadores detectaram também que o bando de Zinho, considerada a maior milícia do Rio de Janeiro, praticava a vigilância de pessoas que deveriam ser mortas por colaborar com os inimigos ou atrapalhar as atividades criminosas. A quadrilha cobrava pagamento de taxas de comerciantes e prestadores de serviço que atuavam nas áreas controladas por ela. Segundo a investigação, até mesmo barraquinhas de lanche eram achacadas.
Não é a primeira vez que a milícia de Zinho é alvo de uma operação dos órgãos de segurança e Justiça. Em maio, a ação se concentrou contra agentes de segurança pública que colaboravam com o bando. Na ocasião, foram cumpridos dez mandados de prisão e 11 de busca e apreensão.
Há três meses, até mesmo uma delegada, casada com um policial penal, foi alvo da operação. A investigação apontou que o agente usava a senha e o computador da mulher para monitorar viaturas e repassar informações sigilosas aos milicianos.
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