A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foi selecionada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como centro da América Latina para o desenvolvimento e produção de uma vacina com tecnologia de RNA mensageiro em estágio pré-clínico.
O objetivo da iniciativa é ampliar o acesso às vacinas contra a Covid-19 na região.
A vacina candidata é baseada na tecnologia de RNA auto-replicativo (mesma usada nos imunizantes da Pfizer e da Moderna), e expressa não somente a proteína Spike, mas também a proteína N, para melhor resposta imunológica.
Essa tecnologia demanda menos necessidades produtivas, atingindo uma escala em termos de doses superior à de outras vacinas de mRNA. Isto permite que o seu custo seja inferior ao de outras vacinas semelhantes, possibilitando a ampliação ao seu acesso.
Uma vez desenvolvida, a vacina candidata passará pelo processo de pré-qualificação da OMS, que garante o cumprimento dos mais elevados padrões internacionais para garantir sua qualidade, segurança e eficácia.
A Fiocruz foi selecionada por meio do seu Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). A escolha é resultado de uma chamada mundial lançada em abril deste ano. Cerca de trinta empresas e instituições científicas latino-americanas participaram.
Esta será uma tecnologia que vem se somar à plataforma de adenovírus, utilizada na vacina Fiocruz/AstraZeneca para a Covid-19. O desenvolvimento de uma vacina da Fiocruz de mRNA é um passo fundamental para que o Brasil detenha o domínio tecnológico de duas plataformas fundamentais para o avanço no desenvolvimento de imunobiológicos", afirma a presidente da Fundação, Nísia Trindade Lima.
Além de fornecedora dessa vacina, a Fiocruz se comprometeu ainda a compartilhar seu conhecimento para a produção do imunizante com demais laboratórios da região, garantindo a eles a transferência de tecnologia para ampliar a capacidade produtiva regional.
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