Dados divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta quarta-feira (31) mostram que já foram registrados mais de 50 mil casos da varíola dos macacos, chamada também de monkeypox, desde o início de um surto que atinge principalmente a América do Norte e a Europa, mas afeta também o Brasil.
De acordo com o painel da organização que registra todos os casos confirmados, hoje havia 50.496 casos e 16 mortes. Nos Estados Unidos, assim como na Europa, o número de infecções parece estar diminuindo. Em 23 de julho, a OMS decretou a varíola dos macacos uma emergência sanitária global. Em 4 de agosto, as autoridades de saúde dos Estados Unidos e o governo do presidente Joe Biden declararam que a doença é uma emergência de saúde pública no país.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil notificou 4.876 pacientes contaminados com esse tipo de varíola até terça-feira (30). São Paulo (2.941), Rio de Janeiro (645), Minas Gerais (277), Distrito Federal (189), Goiás (222) são os estados com mais casos confirmados.
Essa semana, o Brasil teve a segunda morte em decorrência da doença, no Rio de Janeiro. Segundo informou a SES (Secretaria de Estado de Saúde), o paciente de 33 anos estava internado no Hospital Ferreira Machado, em Campos dos Goytacazes. O homem apresentava comorbidades e baixa imunidade, o que agravou o quadro e o levou à UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O Ministério da Saúde também confirmou a morte.
A primeira morte registrada no país foi no dia 28 de julho, em Minas Gerais. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, um homem de 41 anos, natural de Uberlândia (MG), morreu em um hospital de Belo Horizonte.
Nesta terça, os Estados Unidos notificaram a primeira morte possivelmente relacionada à varíola dos macacos. O caso ocorreu no Texas, em um paciente imunossuprimido.
O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) disse que monitora "de perto o surto de monkeypox" e que é "prematuro atribuir uma causa específica de morte" no caso suspeito.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou essa semana dois tipos de testes moleculares para identificar a varíola dos macacos. A decisão é "imediata e emergencial" para os kits da unidade Bio-Manguinhos, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
A autorização ocorre após solicitação conjunta da Secretaria de Vigilância em Saúde, que é do Ministério da Saúde, e do Instituto Bio-Manguinhos/Fiocruz.
A agência ressaltou que os testes "ainda encontram-se em análise para aprovação de registro" e que "até o presente momento, não existe nenhum teste de diagnóstico comercial com registro aprovado na Anvisa".
Dentre os fatores que levaram à decisão para os testes, em caráter emergencial, estão "a atual situação epidemiológica emergencial da infecção por monkeypox no Brasil", limitação de resposta dos laboratórios, estratégias de monitoramento da doença e "o risco associado à demora diagnóstica no que se refere à propagação da doença no país".
Na sexta-feira (26), a Anvisa aprovou a dispensa de registro para que o Ministério da Saúde importe e utilize a vacina Jynneos/Imvanex contra a varíola dos macacos no Brasil. A agência também deu a mesma autorização para o medicamento Tecovirimat, utilizado no tratamento da doença.
O Ministério da Saúde lançou no último dia 22 uma campanha de conscientização sobre a doença, informando a população sobre a transmissão, contágio, sintomas e prevenção da "monkeypox".
Confira abaixo os sintomas mais comuns da doença:
A transmissão acontece, na maior parte dos casos, por contato físico pele a pele com lesões, ou fluidos corporais, mas, também pode ocorrer através de objetos contaminados por alguém infectado. Importante relembrar que a doença afeta todo mundo, independente de sexualidade, idade ou raça.
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