O ônibus que se envolveu em acidente que resultou nas mortes de 41 pessoas nesta quarta-feira (25) em Taguaí, no interior de São Paulo, não possuía registro para o transporte de passageiros, acumulou infrações recentemente e rodava ilegalmente havia mais de um ano.
De acordo com a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), a empresa Star Fretamento e Locação Eireli EPP, responsável pelo ônibus envolvido no acidente, não possuía o registro e operava de maneira ilegal desde 11 de outubro de 2019. A reportagem não conseguiu contato com responsáveis pela empresa.
O acidente foi um dos mais graves já registrados em rodovias no estado.
O ônibus se envolveu em acidente com um caminhão no km 172 da rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho, entre Taguaí e Taquarituba, na região de Avaré; 37 pessoas morreram no local da colisão.
Outras quatro, socorridas, morreram em unidades hospitalares. Há ainda dez feridos.
Depois do acidente, o Hemocentro de Botucatu registrou nesta quarta recorde na captação de doações de sangue.
A Star acumulou infrações neste ano, todas referentes ao transporte irregular de passageiros. Em 3 de março, foi multada por fazer o fretamento irregular na rodovia Raposo Tavares, próximo ao km 296, em Avaré.
Ela transportava 30 estudantes, que saíram de Fartura, município da região, com destino a uma faculdade em Avaré. A empresa, ainda segundo a Artesp, foi autuada e multada, o veículo foi retido e os passageiros foram retirados do coletivo.
No mesmo dia, outra multa foi aplicada à empresa, por transportar irregularmente 43 estudantes, também de Fartura com destino a Avaré.
Dois dias depois, a empresa recebeu nova autuação devido ao fretamento irregular, de novo na rodovia Raposo Tavares. O caso ocorreu em Ourinhos, próximo ao km 372 da rodovia, quando dois veículos foram autuados e retidos. Os 15 passageiros tiveram de fazer o transbordo para outro veículo.
Conforme a Artesp, é importante que os passageiros e contratantes confiram se as empresas que oferecem o fretamento estão cadastradas e reguladas, por meio do site da agência. A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) é responsável pela fiscalização nas regiões metropolitanas de São Paulo, de Campinas, da Baixada Santista, do Vale do Paraíba/Litoral Norte e de Sorocaba.
O acidente gerou uma mobilização recorde no Hemocentro de Botucatu, que obteve 160 doadores de sangue nesta quarta, 33% mais que a média diária, de 120 coletas.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, o local estava com estoques em níveis críticos, assim como os demais bancos de sangue paulistas.
O objetivo é ampliar a doação para auxiliar o atendimento médico às vítimas do acidente. "Com a ajuda dos cidadãos, o abastecimento em Botucatu aumentou em poucas horas. Agradecemos a todos os que estão doando, se solidarizando e nos ajudando a salvar vidas", disse o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn.
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