O PSOL pediu ao TCU (Tribunal de Contas da União) que seja aberta uma investigação sobre o uso de emendas parlamentares por parte do Palácio do Planalto para impulsionar a candidatura de Arthur Lira (PP-AL), preferido do presidente Jair Bolsonaro, à presidência da Câmara. Reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (9) mostrou que, além de avaliar uma reforma ministerial, o governo tem associado a liberação de recursos de emendas parlamentares ao apoio à candidatura de Lira.
Em ofício encaminhado ao presidente do TCU, ministro José Múcio Monteiro, o partido solicita ao órgão a apuração do caso "para impedir a utilização de recursos públicos como instrumento de barganha política".
"Na tentativa de emplacar seu candidato à presidência da Câmara, Bolsonaro está empenhando recursos públicos através de emendas parlamentares e cargos em troca de votos", afirmou a líder do PSOL na Câmara, Sâmia Bomfim (SP).
De acordo com relatos de líderes partidários e deputados governistas, integrantes de partidos do centrão foram orientados a buscar Lira para definir a liberação de verbas acertadas na aprovação do PLN 30, projeto de lei que abriu crédito suplementar de quase R$ 6,1 bilhões a oito ministérios.
A postura causou irritação em deputados de siglas de centro entre elas PTB e PROS que não são alinhadas diretamente ao governo federal e para quem a medida representa uma intimidação a fim de angariar votos para Lira.
Lira lançou nesta quarta sua candidatura à presidência da Câmara. Ele é líder do PP na Casa e também do centrão --grupo de partidos que se aproximou do governo após a liberação de cargos e emendas.
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