Partidos de oposição no Congresso protocolaram ofício nesta quarta-feira (3) solicitando abertura de processo contra Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no Conselho de Ética do Senado.
O senador, filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), comprou uma mansão em Brasília no valor de R$ 5,97 milhões. A casa fica localizada no Setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul, bairro nobre da capital. Ela tem 1.100 m² de área construída, em um terreno de 2.500 m².
Flávio Bolsonaro foi denunciado sob acusação de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no caso das "rachadinhas".
O parlamentar, que precisaria de metade de sua renda para pagar as prestações, afirma que usou recursos da venda de um imóvel no Rio de Janeiro para comprar a mansão.
O Ministério Público do Rio associou, na investigação do caso das "rachadinhas", transações imobiliárias de Flávio (foram 20 em 16 anos) a lavagem de dinheiro.
O pedido foi protocolado pelo PSOL, Rede e PT e cobra que o Conselho de Ética do Senado abra processo contra Flávio Bolsonaro por quebra de decorro parlamentar.
"Flávio Bolsonaro já está sendo investigado por lavagem de dinheiro através da compra e venda de imóveis e de uma loja de chocolates. Ao adquirir essa nova casa, ele dá um tapa na cara da sociedade demonstrando sua certeza de impunidade. O Senado precisa responder rápido e à altura", afirma em nota o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, que articulou essa nova representação.
Esses mesmo partidos haviam ingressado em 2019 com o pedido de abertura do procedimento no conselho.
A primeira representação justificou o pedido apontando a relação do atual senador com "as milícias, o esquema montado dentro do seu gabinete de deputado estadual com a contratação de funcionários fantasmas e a prática da 'rachadinha', além da suposta prática de crimes como lavagem de dinheiro e outros", afirma a nota divulgada pelos partidos.
Essa representação inicial foi aditada outras três vezes, após o surgimento de novos fatos.
Flávio Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (2) que usou recursos da venda de um imóvel no Rio de Janeiro para comprar a mansão de R$ 6 milhões em Brasília.
"Tudo registrado em escritura pública", diz nota divulgada pela assessoria de imprensa do parlamentar. "Qualquer coisa além disso é pura especulação ou desinformação por parte de alguns veículos de comunicação."
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