SÃO PAULO - A Polícia Federal abriu na manhã desta sexta-feira (14) uma Operação batizada ‘Quebra Ossos’ contra grupo que teria inseridos dados falsos em sistemas do SUS para receber repasses de emendas parlamentares no Maranhão. Duas pessoas foram presas — Roberto Rodrigues de Lima e seu irmão, Renato.
É a quarta operação deflagrada neste ano pela Polícia Federal que mira recursos do orçamento secreto. Antes, a PF também deflagrou operações em Alagoas, no Maranhão e na Codevasf que tiveram como foco o orçamento secreto.
A operação desta sexta-feira (14) é a terceira leva de prisões no âmbito do orçamento secreto. Em julho, a Operação Odoacro da Polícia Federal prendeu temporariamente o empresário Eduardo José Barros, sócio de uma construtora que executava serviços para a Codevasf no Maranhão. Um mês depois, em agosto, a Operação Beco da Pecúnia prendeu Gilberto Gonçalves (PP), prefeito afastado de Rio Largo, em Alagoas, por suspeitas de desvio de verbas do orçamento secreto destinados ao Fundo Municipal de Saúde da cidade.
De acordo com a corporação, a operação deflagrada nesta sexta-feira aponta indícios de fraudes em contratos fechados pelo município de Igarapé Grande, localizado a cerca de 300 km de São Luís, para desviar dinheiro público. A cidade de 11,5 mil habitantes teria informado, em 2020, a realização de mais de 12,7 mil radiografias de dedo, o que resultou na elevação de teto para o recebimento de recursos em 2021.
Um servidor da Secretaria de Saúde da cidade foi afastado do cargo é alvo de mandado de prisão temporária. Segundo a PF, as medidas foram decretadas em razão da "posição que o servidor ocupava durante o período da inserção dos dados falsos nos sistemas do SUS e da formalização de parte dos contratos investigados".
A corporação executa, ao todo, dois mandados de prisão temporária contra os investigados responsáveis pela inserção de dados falsos nos sistemas do SUS. A Polícia Federal diz que eles são suspeitos de "terem efetuado as práticas ilegais investigadas" em diferentes municípios maranhenses desde 2018.
A ofensiva mira ainda em empresas que "ocupam posições de destaque no "ranking" das que mais receberam recursos públicos da saúde entre 2019 e 2022 no Maranhão". Uma delas recebeu quase R$ 52 milhões, diz a PF.
As empresas e empresários sob suspeita foram proibidos de participarem de licitações e de contratarem com órgãos públicos.
Além de executar as ordens de prisão, a PF vasculha 16 endereços em Igarapé Grande, Lago do Junco, Lago dos Rodrigues, Caxias e Timon, no Maranhão, além de executarem diligências em Parnaíba e Teresina, no Piauí. As ordens foram expedidas pela Justiça Federal de Bacabal. A ofensiva apura supostos crimes de inserção de dados falsos, fraude à licitação, superfaturamento contratual, peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
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