Na manhã desta quarta-feira (3), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Venire, que apura a inserção de dados falsos no sistema de saúde referente à vacinação de Jair Bolsonaro (PL), auxiliares e familiares do ex-presidente. Entre os crimes pelos quais ele pode ser indiciado estão: falsidade ideológica, fraude em relação a países estrangeiros e corrupção de menores, como revelou a colunista de O Globo, Míriam Leitão.
De acordo com a PF, o objetivo do grupo seria "manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19". Entre os mandados que foram cumpridos estão a apreensão do celular de Bolsonaro e a prisão do ajudante de ordem da antiga gestão do executivo federal, o tenente-coronel Mauro Cid. Os mandados estão no âmbito do inquérito das “milícias digitais”.
O ex-mandatário terá que dar explicações por, supostamente, fraudar informações do sistema do Ministério da Saúde e inserir doses de vacina contra a Covid-19 que não foram aplicadas para entrar nos Estados Unidos. Não foi expedido nenhum mandado de prisão para Jair Bolsonaro, mas a Polícia Federal intimou o ex-presidente para prestar depoimento nesta quarta-feira (3). A defesa, entretanto, pediu adiamento.
Estados Unidos é um país conhecido pelas políticas rígidas de imigração. Tais políticas ficaram ainda mais severas durante o mandato de Donald Trump, que chegou a dizer, em 2020, que o ex-presidente do Brasil era seu "aliado número um", em uma entrevista coletiva. Falsificar certificados de vacinação contra a Covid-19 para entrar no país, porém, é um crime federal e pode levar a 10 anos de prisão.
Entre os requisitos para entrar nos EUA, a vacinação continua obrigatória até o dia 12 de maio deste ano. As informações estão no site da embaixada do Estados Unidos no Brasil. Depois da derrota nas eleições de 2022, Bolsonaro saiu do Brasil e se recolheu no estado da Flórida, no dia 30 de dezembro.
Ainda na manhã desta quarta-feira (3), o presidente falou à imprensa que ele e a filha Laura não tomaram a vacina. Ainda segundo informações da embaixada americana, a vacinação é exigida a todos a partir dos 12 anos. A filha mais nova do ex-presidente completou 12 anos no dia 18 de outubro de 2022, pouco mais de dois meses antes da ida da família aos EUA, que aconteceu no dia 30 de dezembro. A adulteração dos dados do cartão da filha pode configurar crime.
Além dos possíveis crimes relacionados a adulteração do cartão de vacinação, o ex-presidente também é investigado em outros casos. Entre eles, estão as falas de Bolsonaro em uma reunião com embaixadores, em julho do ano passado, onde ele repetiu teorias da conspiração sobre urnas eletrônicas e o processo eleitoral no Brasil. O caso das joias sauditas também está sob apuração.
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