BRASÍLIA - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) fez nesta segunda-feira (22) a primeira visita ao ministro Alexandre de Moraes após a troca de comando no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Depois do encontro, Pacheco defendeu o processo eleitoral e cobrou que partidos e candidatos respeitem o resultado das votações.
"Tenho plena confiança na lisura do processo e que o resultado das urnas, seja qual for, será respeitado por todos, inclusive pelos partidos e candidatos", disse o senador.
As declarações do presidente do Senado ocorrem no momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) ataca o sistema eleitoral e faz insinuações golpistas.
"Papel dos candidatos de ter esse comportamento e essa postura que busque essa pacificação é muito importante, porque é a melhor forma de exercermos a democracia", declarou Pacheco.
Moraes assumiu o comando do TSE no último dia 16.
O presidente do Senado também minimizou o risco de as manifestações de 7 de Setembro se tornarem atos contrários ao sistema eleitoral e com ataques às instituições.
"Esperamos que haja manifestações ordeiras, legítimas. Eventuais excessos que possam acontecer, de grupos sem dúvida minoritários, isso é papel das forças de segurança. Para inibir qualquer tipo de atitude que não seja democrática, republicana", disse Pacheco.
"As perspectivas que temos, verdadeiras, é que a maturidade política brasileira, a força das instituições, da democracia, prevalecerão sobre qualquer tipo de arroubo de retrocesso democrático", afirmou ainda o senador.
Moraes também vai se reunir nesta terça-feira (23) com o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e com o diretor-geral da Polícia Federal.
No encontro, o ministro da Defesa deve voltar a pedir para o TSE aceitar as sugestões dos militares de mudanças na forma de fiscalização do pleito.
As Forças Armadas estão na lista de entidades de fiscalização das eleições. Por isso, militares participam de uma série de etapas do pleito, como a análise do código-fonte das urnas.
O TSE simulou na última semana as mudanças sugeridas pelos militares no "teste de integridade" das urnas, que é feito no dia das eleições.
Apesar da simulação, técnicos da corte e auxiliares de Moraes adotam cautela. Reservadamente, eles dizem que mudar as regras semanas antes das votações pode tumultuar o processo eleitoral, além de ser trabalhoso e ter baixo poder de aperfeiçoar a segurança e a transparência do voto.
Já o governo Bolsonaro vê uma eventual concessão às Forças Armadas como a moeda de Moraes para aliviar a crise entre o TSE e o Planalto. Bolsonaro, em troca, reduziria o tom golpista de suas declarações.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta