O prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), externou na tarde desta segunda-feira (22), uma insatisfação que vinha alimentando nos últimos dias contra o governador em exercício, Cláudio Castro (PSC). Ao compartilhar no Twitter uma matéria jornalística na qual Castro afirma que municípios ficarão proibidos de fechar bares e restaurantes durante o "superferiado", Paes foi irônico e alegou que ele não entendeu o objetivo das medidas de isolamento para combate à Covid-19. "CastroFolia! A micareta do governador! Definitivamente ele não entendeu nada do objetivo de certas medidas."
O Estado determinou que vai adotar um feriado de dez dias a partir da próxima sexta, 26. No entanto, Castro não quer novas restrições de circulação, enquanto prefeitos da região metropolitana pretendem anunciá-las. No final desta tarde, por exemplo, Paes e o mandatário de Niterói, Axel Grael (PDT), devem apresentar um decreto conjunto que fechará todos os serviços não essenciais das cidades.
Esse decreto foi definido após reunião nesta manhã com os respectivos comitês científicos municipais. O governador, por outro lado, afirmou à TV Globo que os Executivos locais ficarão proibidos de fechar bares e restaurantes - e ameaçou ir à Justiça caso o façam.
A ideia de antecipar feriados, portanto, poderia acabar sendo um tiro no pé, já que as pessoas poderiam se aglomerar nos bares e viajar para locais do Estado em que as praias não estão fechadas, como é o caso da Região dos Lagos.
A discordância entre Castro e Paes já vinha crescendo nos últimos dias. Em reunião neste domingo, eles chegaram a conversar em tom ríspido, dada a dificuldade de se buscar um consenso.
Em entrevista ao Estadão publicada na última sexta-feira, Castro deu sinais claros de que está alinhado com o bolsonarismo Ele tenta se equilibrar entre um discurso de que segue "a técnica" e a lealdade ao presidente Jair Bolsonaro, crítico ferrenho das medidas de isolamento.
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