Em meio ao momento mais agudo da pandemia da Covid-19 no Brasil, cresceu para 56% o número de brasileiros que consideram o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) incapaz de liderar o país.
Foi o que aferiu o Datafolha em pesquisa realizada nos dias 15 e 16 de março, na qual foram ouvidas 2.023 pessoas por telefone em todo o país. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.
Em 21 e 22 de janeiro, 50% dos entrevistados haviam dado essa resposta. O número dos que consideram Bolsonaro capaz de liderar foi de 46% para 42%, oscilação negativa no limite da margem de erro, de lá para cá. Não souberam responder 3%, ante 4% no começo do ano.
O Brasil conta 280 mil mortos e uma taxa de infecção acelerada, impacto das novas variantes mais transmissíveis do Sars-CoV-2, que pressiona os limites do sistema de saúde. A campanha de vacinação ainda engatinha, com menos de 5% da população tendo recebido ao menos uma dose de imunizante.
No campo econômico, a ameaça inflacionária incipiente, a alta do dólar e a demora na retomada de algum auxílio emergencial após a extinção do benefício no fim de 2020 trazem mais dificuldades para o Planalto.
Nesse cenário, o Datafolha apontou Bolsonaro sendo mal avaliado. Seu manejo da pandemia é visto como ruim ou péssimo por 54%, e 43% o culpam pelo estágio atual da crise sanitária.
Nesta semana o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, está passando o cargo para o médico Marcelo Queiroga. É o quarto titular da pasta no governo.
Isso puxou a rejeição geral a seu governo para os maiores índices desde que ele assumiu, em 2019. Segundo o Datafolha, 44% dos brasileiros consideram o presidente ruim ou péssimo.
Quando a pandemia começou, Bolsonaro era mais bem visto. Em abril de 2020, ele era tido como capaz de liderar o país por 52%, ante 42% que o julgavam incapaz. A curva foi invertida nos levantamentos seguintes, mas manteve-se estável até a subida registrada agora.
Entre os que consideram o presidente mais incapaz estão aqueles mais ricos, que ganham acima de 10 salários mínimos (62%), assim como quem tem curso superior (também 62%).
Já os moradores do Nordeste, região que retomou sua tradição de oposição mais incisiva a Bolsonaro desde a virada do ano, somam 63% dos críticos.
Acreditam mais que o presidente tem condições de liderança grupos usualmente mais bolsonaristas: moradores do Sul (51% acham que ele é capaz) e do Norte/Centro-Oeste (49%), além de evangélicos (52%) –um nicho influente, que abarca 24% da amostra do Datafolha.
Na mesma pesquisa, o índice de ótimo e bom atribuído ao desempenho do presidente no combate à crise caiu ao menor índice da série histórica, 22%. Já os que aprovam seu governo no geral se mantiveram no proverbial um terço do eleitorado que consta de toda a análise política do bolsonarismo até aqui, 30%.
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