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Pará contrata 86 médicos cubanos para auxiliar no combate à pandemia

Pará contrata 86 médicos cubanos para auxiliar no combate à pandemia

Do total de contratados, 68 deles já estão atuando na linha de frente. Até o início desta tarde, o Pará contabilizava 2.128 casos confirmados de Covid-19, com 114 mortes.

Publicado em 27 de abril de 2020 às 17:42

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Médicos
Segundo o governador Helder Barbalho (MDB), a contratação se fez necessária em função da falta de profissionais. (Divulgação)

Com o sistema de saúde público no limite em virtude da pandemia do novo coronavírus, o governo do Pará decidiu contratar 86 médicos cubanos para auxiliar no tratamento dos pacientes com covid-19, em especial na capital, Belém. Do total de contratados, 68 deles já estão atuando na linha de frente. Até o início da tarde desta segunda-feira, 27, o Pará contabilizava 2.128 casos confirmados de Covid-19, com 114 mortes.

Segundo o governador Helder Barbalho (MDB), a contratação se fez necessária em função da falta de profissionais. "Há uma escassez, seja por reposição pelo fato de muitos médicos terem adoecido, seja pelo aumento da demanda", afirmou ao Estado. "Tínhamos uma reserva de 86 médicos (cubanos) que já haviam trabalhado no Mais Médicos, mas que não foram habilitados pela Medida Provisória, depois lei, já neste atual governo (de Jair Bolsonaro)."

De acordo com Barbalho, 68 dos 86 contratados já estão trabalhando. "Destinei 15 deles, custeados pelo estado, para a prefeitura de Belém", explicou o governador. "No interior do estado a situação ainda está sob controle, mas em Belém especificamente há uma situação muito estressante no sistema. A porta de entrada do sistema, as UPAS e prontos-socorros, praticamente não estão mais conseguindo dar assistência e isso pode agravar a situação dos pacientes."

Em uma rede social, um paciente com sintomas de covid-19 relatou ter sido atendido no fim de semana por um médico cubano em um hospital de campanha de Belém. "A enfermeira mediu minha temperatura enquanto ele fez a ausculta pulmonar. Depois disso ele disse o que fazer (por exemplo, como respirar melhor) e o que não fazer (por exemplo, não usar aerossol com os remédios que eu estava usando) e me receitou algumas coisas. O atendimento foi fantástico", elogiou.

A rede pública de saúde vem sendo ampliada, mas tem dificuldades em acompanhar a demanda. Atualmente, o Pará dispõe de 991 leitos específicos para o tratamento da covid-19, além de 192 de UTI.

O Estado espera equipar 400 novas UTIs a partir da próxima semana, quando deverão chegar 400 respiradores comprados na China. O contrato foi firmado há 40 dias, e um voo fretado irá buscar os equipamentos. Além desses, o governo estadual espera receber insumos e equipamentos também do governo federal. Mais cedo, Barbalho encaminhou ofício ao ministro da Saúde, Nelson Teich, cobrando ajuda.

"Foi amplamente divulgado na mídia que o Ministério da Saúde deve enviar 14.100 unidades de respiradores para todo o País. Considerando que somamos 4% da população brasileira, nos dirigimos à Vossa Excelência para solicitar, com a urgência que o caso requer, o envio de 564 respiradores, 564 monitores e 2 256 unidades de bomba de infusão, a fim de suprir a necessidade de atendimento à população", diz trecho da carta enviada ao ministro.

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