A Polícia Federal não vê evidências de que o jornalista Glenn Greenwald tenha participado dos crimes investigados no hackeamento contra autoridades da Lava Jato. No relatório do caso, o delegado Luiz Flávio Zampronha diz não ter sido possível identificar ações de Glenn.
"Pelas evidências obtidas até o momento, não é possível identificar a participação moral e material do jornalista Glenn Greenwald nos crimes investigados. Do mesmo modo, em relação ao crime de receptação, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que, para a configuração do tipo penal, o objeto material do crime deve possuir valor econômico intrínseco, o que não é verificado no caso", escreveu Zampronha.
O Ministério Público Federal em Brasília denunciou nesta terça-feira (21) sete pessoas sob acusação de envolvimento no caso. Entre os denunciados está o jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, que recebeu os diálogos da Lava Jato e os publicou por meio de uma série de reportagens, algumas delas em parceria com outros veículos de imprensa.
A conclusão do delegado aparece no relatório logo após a transcrição da conversa que serviu como base para a denúncia do procurador Wellington Oliveira. Ou seja, com o mesmo material, polícia e Ministério Público tiveram interpretações diferentes.
Glenn, que não foi indiciado pela PF, foi denunciado pelos crimes de associação criminosa e interceptação telefônica ilegal.
O procurador afirma que o áudio encontrado em um computador apreendido mostra que o jornalista orientou o grupo de hackers a apagar mensagens, o que caracterizou "clara conduta de participação auxiliar no delito, buscando subverter a ideia de proteção a fonte jornalística em uma imunidade para orientação de criminosos".
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