BELO HORIZONTE - Parentes de vítimas e moradores de Brumadinho (MG) participaram nesta quinta (25) de homenagens às 270 vítimas do rompimento da barragem da Vale na cidade, tragédia ocorrida há exatos cinco anos.
Às 12h28, horário em que a estrutura ruiu, balões vermelhos foram soltos, representando os mortos.
Uma cruz com os nomes de todas as vítimas foi levada a um palco na região central da cidade, onde aconteceu a homenagem. O mesmo aconteceu na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Três balões vermelhos presos ao palco mostravam os nomes das três vítimas ainda não localizadas nas buscas dos bombeiros, que ainda prosseguem: Natália Oliveira, Tiago Tadeu Mendes e Maria de Lurdes da Costa Bueno.
Romeiros que chegaram ao local do ato em procissão estavam com roupas sujas de lama, e os participantes da manifestação, com camisas com pedido de justiça.
"Somos por uma luta, a luta da reparação. E sem justiça não existe reparação", afirmou a presidente da Avabrum (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão), Andressa Rodrigues.
O ato foi chamado de "Cinco anos sem Justiça". Antes do início da homenagem, Andressa criticou a tentativa do presidente da Vale à época da tragédia, Fábio Schvartsman, um dos indiciados pelo rompimento da barragem, de sair do processo, alegando que não tinha conhecimento dos riscos da estrutura.
O ex-presidente da empresa foi indiciado juntamente com outros 15 executivos da Vale e da empresa de consultoria Tüv Süd. A mineradora afirma que nunca se evidenciou nenhum cenário que indicasse risco iminente da estrutura da barragem. A Tüv Süd não comenta os indiciamentos de seus executivos.
O memorial em homenagem às vítimas da tragédia de Brumadinho, inicialmente previsto para ser inaugurado em 25 de janeiro do ano passado, poderá ocorrer nos próximos meses, com o término de um cabo de guerra entre a Vale e parentes dos mortos.
Havia uma disputa sobre quem ficaria responsável pela administração do memorial. A Vale queria a responsabilidade, mas a Avabrum foi contra.
Ao final, ficou definido, por exemplo, que, das 5 cadeiras no conselho da instituição, a associação ficará com 3. "As outras duas terão membros independentes", afirma a curadora do memorial, Kenya Lamounier. A mineradora será a responsável pelo custeio do espaço.
O que faltava para a inauguração eram procedimentos bancários por parte da Fundação Memorial Brumadinho, encarregada da administração do espaço e envio dos dados de conta corrente para a Vale, o que, conforme a mineradora, ocorreu nesta semana.
O primeiro aporte será de R$ 5,5 milhões, ainda segundo a empresa. Segundo o acordo fechado entre as partes, o valor será repassado 30 dias após a entrega dos dados bancários.
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