O presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo, foi preso na manhã desta sexta-feira (28) acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, em investigação sobre desvio de recursos públicos da saúde no Rio de Janeiro. Na Operação Tris in Idem, foi determinado o afastamento de Wilson Witzel (PSC-RJ) do cargo do governador.
Pastor da Assembleia de Deus, Everaldo foi citado na delação premiada do ex-secretário de Saúde do Rio Edmar Santos por conta de sua influência no Palácio Guanabara. O ex-secretário foi preso por corrupção.
Ao Ministério Público Federal, o ex-secretário disse ter sido ameaçado dentro da cadeia por um tenente da Polícia Militar para que ele trocasse de advogado. Edmar contou aos procuradores ainda acreditar que isso teria sido um aceno de apoio financeiro do grupo do Pastor Everaldo e do empresário Edson Torres, braço direito e operador financeiro do presidente do PSC.
Os dois foram citados por Edmar Santos como influentes no governo Witzel, inclusive na pasta da Saúde. Segundo acordo homologado pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves, as declarações prestadas por Edmar "indicam que um dia antes da deflagração da Operação Placebo o Governador repassou R$ 15 mil em espécie ao Pastor Everaldo, o qual mostrou a quantia a Edmar, com receio, em tese, de que a Polícia Federal encontrasse os valores na realização das buscas."
Em entrevista coletiva nesta sexta, Witzel rebateu a afirmação e disse que Pastor Everaldo não faz parte do governo dele.
Em nota, a defesa dele declarou que "o pastor sempre esteve à disposição de todas as autoridades e reitera sua confiança na Justiça".
O pastor foi candidato à Presidência da República em 2014 e também ao Senado em 2018. Além de presidente nacional do PSC, partido do governador Wilson Witzel, desde 2015, o pastor Everaldo também foi chefe da Casa Civil de Antonhy Garotinho.
Três anos depois da candidatura à presidência, em 2017, Everaldo foi citado na delação de um executivo da Odebrecht. Na época, o funcionário da empreiteira afirmou que a empresa repassou R$ 6 milhões para a campanha do pastor para que ele ajudasse a candidatura de Aécio Neves pelo PSDB.
Na ocasião, o Pastor Everaldo afirmou que sua campanha "foi bastante modesta, com gastos de R$ 1,4 milhão" e que as doações "obedeceram a legislação vigente".
Entre 2016 e 2018, Everaldo também foi companheiro de partido de Jair Bolsonaro, que estava no PSC. O pastor chegou a batizar o presidente nas águas do Rio Jordão em 2016. Em 2017, os dois se afastaram e Bolsonaro migrou para o PSL.
Em 2018, foi o responsável por abrir as portas do PSC ao ex-juiz federal Wilson Witzel, que atuou também no Espírito Santo.
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